Fortaleza deve ter fiação subterrânea em toda a cidade até 2034

Medida atinge concessionárias de energia elétrica, telefonia, internet, fibra óptica, televisão a cabo e atividades similares

De acordo com o artigo 515 do Código da Cidade (Lei complementar nº 270/2019), a cidade de Fortaleza deve ter sua fiação subterrânea até 2034. A medida foi estabelecida em 2019 e determinou o prazo de 10 anos para a internalização dos fios no bairro Centro  e de 15 anos para adequar as demais regiões da cidade.

Além da diminuição da poluição visual, a internalização de fios também contribui para a redução de rompimentos de cabos, que podem acontecer por conta de ventos fortes, chuvas, desgaste do tempo e até vandalismo, além de reduzir a necessidade de manutenção. Para as empresas de telecomunicações, a fiação subterrânea garante uma melhor qualidade e estabilidade de conexão e prevenir furtos de cabos de fibra óptica. Segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), de janeiro a setembro foram registrados 257 furtos de cabos de fibra óptica.

Para o engenheiro de telecomunicações da FonNet Networks, Michael Douglas, a mudança da fiação aérea para a subterrânea pode melhorar a conexão de internet das provedoras. “A internalização dos cabos de internet vai trazer melhorias significativas para a conexão, protegendo-os de fatores externos como condições climáticas adversas. Isso vai resultar em uma internet mais estável, com menor probabilidade de interrupções”, afirma.

Atualmente, na cidade de Fortaleza, os espaços que possuem fiação subterrânea são a Praça do Ferreira, a Avenida Monsenhor Tabosa, a Avenida Aguanambi e o Polo Gastronômico da Varjota. O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Lucas Rozzoline, considera a medida fundamental para a diminuição da poluição visual e também para a segurança da população. “É comum ouvirmos histórias de pessoas que se acidentam por queda de fiação, descargas elétricas e até mesmo de caminhões que passam, derrubam os fios e causam danos para o bairro inteiro”, exemplifica, acrescentando que as árvores precisam ser constantemente podadas por conta dos fios.

Concessionárias de energia elétrica, empresas de telecomunicações, telefonia e tv a cabo são as mais impactadas com a medida e devem se planejar para a alteração. Segundo Michael Douglas, as empresas de telecom terão que investir na internalização com novos equipamentos, mas que isso não deve ser visto como um gasto, mas sim como um investimento. “O retorno financeiro que as provedoras de internet vão ter, por precisar gastar menos com manutenção e oferecer uma conectividade melhor para seus clientes, vai compensar o gasto inicial na internalização dos fios”, conclui.

De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, as mudanças devem ser feitas pela empresa loteadora, incorporadora ou construtora que executar novas obras na Capital.

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