Estresse: 57% dos brasileiros sofrem em consequência da situação financeira

Segundo especialista, a educação financeira é o principal ponto para a mudança

O alto nível de estresse está nos principais sintomas relatados por 57% dos brasileiros que sofrem em consequência da situação financeira. Além disso, 62% têm medo de depender de amigos e familiares para manter as contas em dia. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), realizada com o Datafolha, publicados em outubro.

Para o advogado empresarial e Presidente da Comissão de Gestão Jurídica da OAB/CE, Alexandre Aguiar Maia, a pessoa, o profissional ou o gestor precisa ter uma base de educação financeira eficiente. “É uma consciência de que ele(a) precisa planejar seus gastos a partir da sua receita e poupar e investir, para fazer o dinheiro multiplicar. Não assumir compromissos que não possa pagar, comprar sem poder, pagar as contas em dia para evitar multas e juros, principalmente o cartão de crédito. Não usar o cartão de crédito e o cheque especial como complemento de renda. Significa buscar as melhores alternativas de gastos e investimentos. Ter múltiplas fontes de rendas”, pontua.

Conforme o especialista, existe uma regra básica de gastar 70% do que ganha e poupar/investir 30%. “O cenário ideal é que todas as pessoas tenham uma reserva de 6 a 12x a despesa mensal. Quando atingir esse valor (devidamente investido), pensar em realizar seus sonhos”. Segundo Alexandre, para conseguir alcançar o ideal, é fundamental que haja ensinamentos de base sobre educação financeira ainda nas escolas. “Quanto antes as crianças aprendam a importância de economizar, mais cedo criarão uma consciência financeira e quando adultos, saberão administrar melhor seus recursos e assumir novos desafios e aproveitar oportunidades. Além disso, uma pessoa com consciência financeira, quando/se tiver a oportunidade de receber uma elevada quantia, isso será natural, e ele/a saberá como investir. Estará também preparado para ensinar seus filhos, parentes e amigos, criando um círculo financeiro virtuoso”.

As orientações também se aplicam aos empresários e aos profissionais liberais. “Esse é um conhecimento libertador. Cada advogado, por exemplo, é um empresário em potencial, pois ele poderá ter seu escritório de advocacia, com receitas/despesas, funcionários e outros custos, além de poder investir o lucro anual nas mais diversas opções de investimento que existem no mercado. Esse profissional, sem esse conhecimento financeiro, está propenso a viver apertado, estressado, endividado e tendo que trabalhar por horas e horas a mais para pagar as contas”, destaca Alexandre.

Para aquelas pessoas que já estão com dificuldade financeira ou endividadas, “cabem as renegociações com os credores, principalmente cartão de crédito e bancos”. “Isso trará alívio pois a dívida não aumentará ou será em menor escala. Além disso, é preciso entender que é momentâneo, que abrindo mão de algumas coisas, ela poderá sair dessa situação. Isso é o mais difícil, atingir essa consciência. Mas o resultado vale a pena, pois uma vez que atinja o ponto de equilíbrio, a pessoa não quer mais voltar àquela situação e passa por um processo de mudança que gera uma satisfação, um sentimento de auto realização”, conclui o especialista.

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