As enchentes que atingem o Rio Grande do Sul provocaram até agora queda de 15,7% nas vendas do Varejo no estado, de acordo com o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). O levantamento considera dados do intervalo entre a terça-feira (30 de abril) e o domingo (5 de maio) em comparação com período similar do ano passado (2 a 7 de maio). No mesmo intervalo de tempo, o Varejo em todo o Brasil experimentou retração de 3,2%.
A tragédia que assola o estado já deixou 83 mortos, 111 desaparecidos e 276 pessoas feridas, de acordo com a Defesa Civil. O órgão estima que quase 900 mil pessoas foram afetadas pelo fenômeno, sendo que 130 mil estão desalojadas. Entre os 497 munícipios do Rio Grande do Sul, 364 sofreram algum impacto dos temporais.
Setores
Os segmentos mais afetados pelo desastre foram o de Vestuário e Alimentação (Bares e Restaurantes), com quedas no faturamento de 49,5% e 37,8%, respectivamente. Na sequência, estão Móveis, Eletro e Depto (-37,0%), Materiais para Construção (-36,2%) e Drogarias e Farmácias (-24,9%).
Dois setores apresentaram crescimento no período: Postos de Gasolina (+33,9%) e Supermercados e Hipermercados (+14,6%). “O receio do desabastecimento e a incerteza da população levaram a uma grande procura de produtos de primeira necessidade e combustíveis”, afirma Estanislau Bassols, presidente da Cielo. Ele afirma que o ICVA tem sido importante instrumento de medição do comportamento do Varejo em diferentes contextos. “Esperamos que a apresentação desses dados colabore para o entendimento do que acontece com o comércio e a economia gaúcha diante desse trágico evento. Em outros momentos de dificuldade, como no período da covid-19, o ICVA ajudou autoridades públicas, entidades civis e acadêmicos a compreender o que ocorria com o Varejo”.
Porto Alegre
A capital do estado, diretamente atingida pelo desastre, teve queda ainda maior no desempenho do Varejo (-17,4%). Entre os setores afetados, estão Vestuário (-53,8%), Alimentação (Bares e Restaurantes) (-47,4%), Móveis, Eletro e Depto (-39,4%), Materiais para Construção (-35,8%) e Drogarias e Farmácias (-24,2%).
O salto no faturamento dos segmentos de Postos de Gasolina e Supermercados e Hipermercados foi consideravelmente maior em Porto Alegre em relação ao restante do estado, com alta de 48,4% e 28,0%, respectivamente. “Os números de Porto Alegre são ainda mais emblemáticos pois a capital foi totalmente afetada pela catástrofe. O cálculo do estado como um todo, ainda que também seja alarmante, envolve cerca de 130 cidades que não foram afetadas diretamente pelas enchentes”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.