Enchente Histórica no Rio Grande do Sul e Suas Consequências
As chuvas recordes que atingiram recentemente o Rio Grande do Sul causaram uma das maiores enchentes da história do Brasil, expondo a fragilidade de um sistema que combina os efeitos da mudança climática com a negligência humana. Especialistas alertam que a ocupação irregular de áreas de inundação, a falta de manutenção em diques e barragens, e a omissão das autoridades em relação aos alertas de risco amplificaram a tragédia que assolou 446 municípios gaúchos.
Ana Paula Rabello, contadora especialista em declaração de criptomoedas, compartilhou como a tragédia impactou sua família, composta por um filho adolescente de 16 anos, uma filha autista de 12 anos e uma mãe cadeirante. Ela explicou a dificuldade em acomodar todos, com sua mãe hospedada temporariamente em sua casa, enquanto enfrentam problemas de infraestrutura e a necessidade de levar sua filha para outra cidade para garantir sua estabilidade devido ao autismo.
“Seria hipocrisia da minha parte pensar que o meu é o pior problema, não é. Passei por diversos transtornos, mas não perdi familiares ou pertences. Em razão da condição de cuidados especiais em família, minha menina é autista e minha mãe cadeirante, eu acabei tendo que percorrer trajetos maiores para fora do estado, fugindo da falta de luz e abastecimento. No meu retorno agora, me deparei com uma espécie de cidade fantasma, pois as chuvas não cessam, famílias inteiras estão desabrigadas, faltam suprimentos, abastecimento de luz e água na maior parte da região ainda, escolas fechadas, pessoas já nervosas, protestos que se espalham pelo estado a fora.”
Os reflexos das enchentes no sul são inúmeros, segundo especialistas, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão e ansiedade são alguns dos distúrbios que têm sido provocados pelo trauma. A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul exacerbou um problema que já era evidente no Brasil desde a pandemia de covid-19: a saúde mental.