Setembro começa com um convite para a população aderir à campanha de prevenção ao suicídio no Brasil, com debate; divulgação de informação precisa e responsável; e incentivo à ação, para reduzir os números alarmantes: a cada 45 minutos uma pessoa morre por suicídio no país, e para cada morte, há outras 20 tentativas. Abordar o tema de forma inadequada, no entanto, pode causar mais desconforto e afastamento. Pensando em preparar melhor as empresas para lidar com o assunto, a Amar.elo Saúde Mental lança um manual de práticas em prevenção ao suicídio, disponível no link.
O guia traz uma série de informações para combater preconceitos e capacitar, não apenas a área de RH, mas todos os colaboradores da empresa, para agir corretamente ao lidar com situações de adoecimento mental e/ou ideação suicida no ambiente corporativo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 90% dos suicídios que acontecem ao redor do mundo poderiam ser prevenidos com uma rede de apoio em torno da vítima, e este apoio inclui o local de trabalho.
A psicóloga Lorena Soares (CRP 11/1740), CEO da Amar.elo Saúde Mental e coordenadora técnica do manual, alerta para a complexidade do tema. “Se alguém com ideação suicida chamar você para conversar, você estará pronto para agir de forma correta?”, provoca.
E a informação é a melhor ferramenta para isso. Primeiro, é importante saber que existem fatores de risco para o suicídio, que são os fatores predisponentes, ou seja, aqueles que se relacionam com as experiências vivenciadas ao longo do desenvolvimento humano, que propiciam sofrimento psíquico e referem-se a eventos que fragilizam e põem em risco a integridade física e mental dos indivíduos. E os fatores precipitantes, que seriam acontecimentos recentes e atuais que se manifestam como gatilho para as situações de risco. Transtornos mentais, perdas, traumas, presença de modelos suicidários e fatores sociodemográficos como dificuldades financeiras são alguns dos exemplos.
O manual lista ainda atitudes que devem ser adotadas para auxiliar pessoas em situações de crise. Entre elas: ouvir sem julgar; oferecer ajuda para um atendimento com profissionais de serviços de saúde mental; certificar-se de que o ambiente de trabalho está seguro e que o colaborador não fique sozinho, não chegue primeiro e nem saia por último da empresa; manter contato com familiar que possa acompanhar o colaborador quando ele não estiver em horário de trabalho; criar um plano de ajuda com o que fazer e para quem ligar quando alguém necessitar de auxílio, e que esse plano seja compartilhado por todos os colaboradores.
O guia conta ainda com orientações sobre o que não dizer. “Embora muitas vezes situações de crise possam nos deixar confusos e sem saber direito o que fazer, é importante lembrar o que nunca deve ser feito ou dito para alguém que passa por esse tipo de situação, com o risco de agravar o seu sentimento”, acrescenta Lorena.
“Chamar de covardia, loucura, fraqueza; banalizar; opinar; dar sermão ou dizer frases de incentivo vazias. Tudo isto pode afastar e contribuir para agravamento da situação”, diz a psicóloga.
Informação para construir ambientes de trabalho mais seguros emocionalmente
O manual de práticas em prevenção ao suicídio faz parte de um kit completo e gratuito, disponível para as empresas divulgarem o Setembro Amarelo com seu público-interno. Fazem parte do material: posts para as redes sociais, cartazes, banner, adesivo de espelho, marcador de página, bottom e vídeos para TV corporativa.
Além do kit de endomarketing, a Amar.elo Saúde Mental vai realizar uma série de lives em setembro, para discutir os temas relacionados à campanha, sempre às 13 horas no canal do YouTube. A primeira acontece nesta sexta-feira (01), convidando o público a refletir sobre a temática “Você também é responsável, nossa causa é a vida”, com Lorena Soares e Edir Paixão, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e mestre em Saúde Pública.
Na quarta-feira (06), tem a segunda live: “Faça as pazes com o estresse: Correlação da exaustão com o suicídio”; e a programação encerra no dia 20, com “Segurança psicológica no trabalho como estrutura de redução do suicídio”.