Embrapa Soja publica nota técnica orientando produtores no manejo de lagartas em soja Bt
Estudos realizados pela Embrapa Soja têm demonstrado que as lagartas Rachiplusia nu e Crocidosema aporema podem se desenvolver em lavouras com cultivares de soja-Bt de primeira geração, (Intacta RR2 Pro®, que expressa a proteína inseticida Cry1Ac e auxilia no manejo de algumas espécies de lagartas), indicando resistência em nível de campo. Os resultados do estudo estão disponíveis em Nota Técnica, elaborada pelos pesquisadores Adeney de Freitas Bueno Daniel Ricardo Sosa-Gómez, da Embrapa Soja.
Mesmo que a questão da resistência indique um alerta, os pesquisadores afirmam que a identificação de populações resistentes das duas lagartas não deve impactar a performance da tecnologia de soja-Bt para o manejo de outras espécies alvos. Além disso, os estudos preliminares com a soja-Bt de segunda geração (tecnologia piramidada com as proteínas Cry1Ac, Cry1A.105 e Cry2Ab2) revelam que a tecnologia é eficiente no controle de lagartas de Rachiplusia nu resistentes a soja-Bt de primeira geração.
De acordo com os pesquisadores, um aspecto fundamental para evitar a seleção de populações de lagartas resistentes nas lavouras com a tecnologia Intacta RR2 PRO™ é a utilização de áreas de refúgio. Esta é uma medida preventiva que consiste na coexistência de lavouras com a tecnologia Intacta RR2 PRO™ ao lado de lavouras não dotadas desta tecnologia, a uma distância inferior a 800 metros.
“Além da importância da adoção do refúgio estruturado, é recomendável o uso de inseticidas apenas quando o nível de ação das pragas forem atingidos no campo”, destaca Bueno. Com relação ao nível de ação, o pesquisador explica que é recomendado iniciar o controle na presença de mais de 20 lagartas grandes por metro de fileira de soja. E com relação à desfolha, o momento certo para iniciar o controle é quando houver 30% de desfolha no período vegetativo ou 15% se a cultura estiver no estágio reprodutivo de desenvolvimento.