Elite global em alerta no combate à miséria
Portanto, que Davos seja um grande alerta mundial e não comemoração e alegria dos que já são extremamente felizes! Sem
revoltas nem traumas.
Aumento da pobreza, alimentos caríssimos, custo elevado de energia, desemprego, inflação descontrolada, doenças endêmicas avançando em áreas até então sob controle, enfim, o que mais do mundo os chamados ricos, bilionários, a elite global – uma pequena minoria – destinam para os povos trabalhadores do mundo inteiro?
Nos últimos anos a riqueza do mundo se concentrou ainda mais nas mãos dessa pequena classe do que nas décadas passadas.
Durante a pandemia da Covid-19, a fome invadiu as casas dos trabalhadores, os alimentos faltaram na mesa dos mais pobres, e também da classe média, o patrimônio dos abastados aumentou expressivamente nos últimos dois anos, criando mais endinheirados no mundo afora.
Segundo dados de pesquisa feita pela ONG Oxfam, a pandemia, que acabou os postos de trabalho, deu azo às ações de empresas de alta tecnologia e fez nada menos do que 573 novos ricaços. Mais ainda, mesmo com a carestia dos alimentos e a fome popular, surgiram novos 62 bilionários no setor de alimentação. Idem também no setor de medicamentos.
Enquanto que hoje nada menos do que 263 milhões de pessoas estão na extrema pobreza, sem ter o que comer, pois não têm renda alguma, essas pessoas “não sabem como guardar tanto dinheiro”, como se diz no linguajar popular.
Todas essas questões que são, sim, preocupações de todos dirigentes sensíveis ao bem-estar social, vieram à tona logo na abertura do encontro DAVOS 2022 — Fórum Econômico Mundial de Davos, que acontece na Suíça, reunindo 2,5 mil pessoas, dentre elas, chefes de Estado, outras autoridades mundiais e os poderosos e opulentos do mundo econômico global.
Quando todos pensavam que a Covid-19 e a pandemia seria um marco no combate das desigualdades humanas, criando um novo tipo de solidariedade entre as pessoas com menos e mais poder, pois o vírus mostrou sua letalidade indistintamente de classe social e econômica, uma nova sociedade surge, recrudescendo a distância entre ricos e pobres, dois anos após o início da crise sanitária.
Ademais, o conflito entre Rússia e Ucrânia continua como se as Nações do mundo todo não estivessem no limite de uma crise econômica sem precedentes e sem saída para recuperar a qualidade de vida das populações, e mais preocupante ainda, à beira de uma hecatombe nuclear.
Parece muito distante, nesse momento, uma salvação para tal crise mundial. Tudo indica que devemos chegar ao final de 2022 sem dados concretos sobre melhores índices que indiquem a retomada da economia mundial nos anos posteriores e boas novas para a humanidade.
Em todo caso, ao se anunciar, logo na abertura desse importante evento, a proposta de um custo extra para os poderosos da grana, mediante a criação de um imposto ou taxa a incidir sobre suas riquezas para saldar suas dívidas com os pobres, as nossas esperanças de um mundo melhor, vencendo a fome, sem exploração nos preços dos alimentos e serviços básicos da sociedade, com aumento da oferta de emprego e salários dignos, se rejuvenescem.
É justo, sim, que a burguesia internacional — os barões do mundo — revejam sua mentalidade avarenta e reconheçam que é dever de justiça dar uma contribuição mais sustentável, consistente e generosa aos pobres do mundo
Nesse ponto, merece aplausos o Congresso de Davos 2022, revelando que a miséria é o maior problema do planeta Terra. Que esse quadro supera as questões, também importantes, relativas à preservação da natureza e as teses de defesa do meio ambiente.
Portanto, que Davos seja um grande alerta mundial e não comemoração e alegria dos que já são extremamente felizes! Sem revoltas nem traumas.