Eleições 2022: polarização entre Lula e Bolsonaro é inevitável, diz especialista

Janiel Kempers, publicitário e especialista em marketing político, avalia cenário brasileiro a medida que as eleições se aproximam.

Quem viveu as eleições de 2018 com certeza não esqueceu o clima de polarização que tomou conta de todo o país. A disputa entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad era clara durante toda a corrida presidencial e as expectativas para 2022 não são diferentes. Mesmo com outros pré-candidatos já lançados, acredita-se que, dessa vez, os brasileiros terão que decidir entre dois nomes que já são bastante conhecidos na política: o atual presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula.

Para o publicitário e especialista em marketing político, Janiel Kempers, não há como evitar uma nova polarização. “É o que ambos querem, a fim de evitar ameaças na corrida eleitoral”, explica. Mesmo ainda faltando meses para o dia da eleição, Janiel acredita que não será fácil para outros partidos apresentarem uma terceira opção. “Nos próximos meses, principalmente a partir de março até o final de abril, veremos muita articulação de esquerda, tentando trabalhar um nome de terceira via junto a partidos mais do centro, o que particularmente acho difícil acontecer. A polarização deve se manter pelo menos para a eleição deste ano”, pontua.

De acordo com ele, o clima ‘polarizado’ do Brasil tem mais a ver com questões individuais de cada candidato apresentado, do que com os ideais políticos dos partidos em si. “Lula, pela forma como conduziu o país quando presidente e Bolsonaro por sua personalidade conservadora”, detalha.

Além disso, Janiel acredita que a falta de estratégia para condução de imagem de outros possíveis candidatos é uma das razões pelas quais o cenário de ‘apenas 2 opções’ vem se confirmando com o passar do tempo. “Moro, por exemplo, não é bem visto pelo eleitorado de esquerda por ter participação efetiva na prisão do ex-presidente Lula e, consequentemente, na cassação de seus direitos políticos em 2018. Fato este, que impediu Lula de ser candidato naquele ano. Já na direita, Moro, teve um prejuízo político notável, pela forma como conduziu o Ministério da Defesa e por sair do governo acusando Bolsonaro”, afirma o especialista.

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