Dieta do ovo: especialista desvenda 4 mitos e verdades sobre o consumo da proteína
Um dos principais e mais tradicionais alimentos presentes nas refeições dos brasileiros é o ovo. No entanto, existem muitos mitos e verdades acerca do seu consumo, colocando muitas interrogações na cabeça de todos aqueles que optam pelo alimento como fonte de proteína, vitaminas e minerais.
O tema voltou a estar no centro das atenções após Gracyanne Barbosa, uma das participantes do reality Big Brother Brasil, comer quase todos os ovos da casa e revelar que consome cerca de 40 unidades por dia.
A nutricionista Natália Campos, professora da Unifametro, desvenda o que é verdade e o que é mentira acerca da dieta à base de ovo:
Fazer a dieta do ovo por um longo período é perigoso – Verdade
“A dieta do ovo pode levar à perda de peso a curto prazo, pois é uma abordagem hipocalórica, rica em proteínas e com efeito de saciedade. No entanto, em longo prazo, ela pode trazer riscos como a deficiência de nutrientes essenciais (fibras, vitaminas e minerais) e sobrecarga renal devido ao alto consumo de proteínas. Além disso, restrições severas podem levar ao efeito sanfona, causando frustração e desequilíbrios metabólicos. Alguns adeptos dessa dieta relatam fadiga e constipação após períodos prolongados, e, por ser uma dieta muito restritiva, acaba sendo insustentável a longo prazo”, explica Natália Campos.
Ovos em grande quantidade aumenta o colesterol – Mito
“Esse é um dos grandes mitos que a ciência já esclareceu. Estudos recentes mostram que o consumo de ovos em pessoas saudáveis não está diretamente relacionado ao aumento do colesterol LDL (o “ruim”) ou ao maior risco de doenças cardiovasculares. O impacto dos ovos no colesterol sanguíneo é pequeno, comparado ao efeito de outros fatores, como o consumo excessivo de gorduras saturadas e trans. Porém, é importante avaliar cada caso. Pacientes com hipercolesterolemia familiar ou outras condições metabólicas específicas devem consumir ovos com moderação”, recomenda a professora.
A dieta do ovo fornece os nutrientes necessários para uma alimentação equilibrada – Mito
Natália Campos explica que o ovo é um alimento extremamente nutritivo, rico em proteínas de alta qualidade, vitaminas (como B12, D, A) e minerais (como ferro, fósforo e selênio). “No entanto, uma dieta baseada exclusivamente ou predominantemente em ovos não fornece fibras, antioxidantes (como os encontrados em frutas e vegetais) e outros nutrientes importantes, como vitamina C, cálcio em detalhes e carboidratos para energia. Há relatos de constipação e fadiga devido à falta de fibras e carboidratos em dietas muito restritivas como essa. Uma alimentação equilibrada precisa incluir vários grupos alimentares para evitar essas deficiências”, sugere.
Ovos caipiras são melhores para uma alimentação saudável – Verdade
A professora confirma que os ovos caipiras costumam apresentar melhor qualidade nutricional, com maior concentração de ácidos graxos ômega-3, além de maior teor de vitaminas A e E, devido à alimentação mais variada das galinhas criadas soltas. “Já os ovos industriais, dependendo da dieta das galinhas e das condições de criação, podem ter menor densidade nutricional e maior presença de antibióticos. Para quem busca uma alimentação saudável, os ovos caipiras são a melhor opção, tanto pela qualidade quanto pelo menor impacto ambiental. Entretanto, é sempre importante avaliar a procedência do alimento”, finaliza.