Diabetes é responsável por 6,7 milhões de mortes

Entre as inúmeras complicações que podem ser desencadeadas pela falta de controle do diabetes está a úlcera de pés diabéticos (UPD), que, em 85% dos casos, precede a amputação

De acordo com os dados da 10ª edição do Atlas Diabetes (documento da Federação Internacional do Diabetes), há um aumento global contínuo na prevalência da comorbidade, tornando-a um desafio global significativo para a saúde e o bem-estar de indivíduos, famílias e sociedades.

Entre as inúmeras complicações que podem ser desencadeadas pela falta de controle do diabetes está a úlcera de pés diabéticos (UPD), que, em 85% dos casos, precede a amputação. Um milhão de indivíduos com diabetes mellitus sofre uma amputação em todo mundo. Isso pode ser traduzido em três por minuto.

A Dra. Denise Franco, endocrinologista do Instituto Correndo Pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos, que tem como objetivo promover a saúde integral e qualidade de vida das pessoas com diabetes e outras DCNTs, explica que o pé diabético progride de forma silenciosa e, em alguns casos, o paciente sente um formigamento.

Sintomas

“No exame físico é possível perceber pele seca, rachaduras, unha encravada, com micose, calos, machucados, ausência de pelos, entre outros. É a causa mais comum de internações prolongadas e com custos elevados. Grande proporção dos leitos hospitalares em emergências e enfermarias, nos países em desenvolvimento, é ocupada por pacientes com UPD. Aqui no Brasil, o conhecimento dos profissionais de saúde sobre pé diabético é crítico, e a resolução é muito baixa, sobretudo quanto à revascularização. Isso leva ao quadro de amputação e 30% desses casos têm como desfecho a morte”, alerta a especialista.

Mas por que isso acontece? Por que o paciente com DM descompensado pode ter feridas nos pés? O diabetes, quando não tratado, pode reduzir a sensibilidade à dor e temperatura nas extremidades do corpo, por causa da hiperglicemia, que impede uma boa circulação sanguínea. Sem a oxigenação correta dos vasos naquela região, a resposta inflamatória fica comprometida, sendo assim, uma simples topada ou um calo de um sapato apertado não se regeneram e a ferida aumenta cada vez mais.

Prevenção: É possível levar uma vida sem medo dessas complicações, de acordo com Bruno Helman, Fundador e CEO do Instituto Correndo pelo Diabetes. “Manter alimentação saudável e equilibrada, seguir o tratamento orientado pelo especialista e a prática diária de atividade física são as principais formas para prevenir a evolução do diabetes e todas as consequências que a doença pode trazer”, explica Helman, diagnosticado com a diabetes aos 18 anos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, outros itens indispensáveis à prevenção de UPD são: educação sobre o assunto tanto de pacientes como de seus cuidadores e até mesmo de equipes médicas; exames anuais para identificar indivíduos em risco de ulceração; cuidados podiátricos e uso de calçados apropriados; tratamento efetivo e imediato quando houver qualquer complicação nos pés; estruturação do serviço, com o objetivo de atender às necessidades do paciente com relação a um cuidado crônico, em vez de buscar apenas a intervenção de problemas agudos de urgência.

Estima-se que 40% dos pacientes com histórico de UPD apresentem recidiva em um ano; 60%, em dois anos; 65% em até cinco anos. Assim, é importante estimular a adesão do paciente por meio de processo educativo, motivar o autocuidado e consultas regulares para avaliação por equipe especializada.

 

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