Dia Mundial do Diabetes: retinopatia diabética afeta os vasos sanguíneos do olho

No dia 14 de novembro comemora-se o Dia Mundial do Diabetes. Cerca de 40% dos diabéticos sofrem de alterações oftalmológicas e a retinopatia é uma das principais ameaças à visão dessas pessoas. A doença afeta o sistema circulatório da retina, onde há células receptoras responsáveis por perceber a luz e por enviar imagens ao cérebro. Os danos a esses vasos provocam vazamento de fluido ou sangue, causando fibrose e desorganizando a retina. Com isso, o paciente enxergará imagens distorcidas ou borradas podendo perder parcialmente ou integralmente a visão.

Existem duas formas de retinopatia diabética: exsudativa e proliferativa. A primeira ocorre quando as hemorragias e as gorduras afetam a mácula, que é necessária para a visão central, usada para a leitura. A segunda surge quando a doença dos vasos sanguíneos da retina progride, ocasinando a proliferação de novos vasos anormais que são chamados “neovasos”. Estes novos vasos são extremamente frágeis e também podem sangrar, causando variados graus de destruição da retina e dificuldades de visão.

O Brasil é o quarto país com maior número de diabéticos do mundo, segundo o International Diabetes Federation (IDF). São 12,5 milhões (7%) de brasileiros afetados, de acordo com o Ministério da Saúde. O oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, explica que é comum pessoas com tipo I ou II de diabetes terem retinopatia diabética. “A retinopatia está diretamente ligada ao tempo de evolução do diabetes, mas certos cuidados podem prevenir ou retardar o surgimento da doença, tais como controlar o açúcar no sangue e a pressão sanguínea, não fumar e seguir dieta adequada”, afirma o médico.

O tratamento é feito com fotocoagulação a laser e vitrectomia associada à injeções intravítreas, como o Lucentis que reduz o risco de cegueira em menos de 5%. Na fotocoagulação, mira-se o raio laser na retina para selar os vasos sanguíneos, reduzindo o edema macular. As pequenas cicatrizes resultantes da aplicação do laser reduzem a formação de vasos sanguíneos anormais e ajudam a manter a retina sobre o fundo do olho, evitando o seu descolamento.

Além do laser, injeta-se na cavidade vítrea o Lucentis, substância que inibe e regride os vasos em formação. “O Lucentis contém a substância ativa ranibizumabe, que é parte de um anticorpo. Como anticorpo, ele se liga seletivamente a uma proteína chamada fator de crescimento endotelial, inibindo e regredindo os vasos em formação”, explica o especialista.

Oftalmologista Hilton Medeiros/Crédito da foto: Divulgação

 

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