Crise na Light: especialista comenta sobre perda de receita da concessionária de energia

A Light, distribuidora de energia que atende o Rio de Janeiro e outros 30 municípios, enfrenta uma das mais recentes crises que atingiu o mercado financeiro nacional. Com uma dívida superior a R$ 11 bilhões, a LIGT3, solicitou na justiça a suspensão dos pagamentos de diversos títulos e a realização de possíveis reajustes com os credores e investidores da marca. De acordo com o mapeamento do Status Invest, nos últimos doze meses, as ações da Light sofreram uma queda de 76,39%.

O Gestor CVM e sócio da Astor Capital, Family Office especializado na gestão de patrimônio e legado familiar, Alexandre Frota, comentou que a crise vai além do financeiro. Conforme Frota, o fator social também tem um peso sobre a situação.

“Sabemos que a  Light tem o histórico de ter perda de receitas por ligações clandestinas. Existem fatores sociais como a origem das facções criminosas, que muitas vezes impossibilitam o serviço da empresa em alguns locais. Estima-se que atualmente a empresa não recebe pagamento por 57,5% da energia que distribui no mercado de baixa tensão pois grande parte dos seus clientes estão em áreas dominadas pelo crime organizado”

Para o profissional, a situação é delicada e requer novas estratégias por parte da diretoria. “De acordo com a lei, nenhuma concessionária de serviço público pode solicitar recuperação judicial, por isso a justiça acatou em sua mais recente decisão o pedido da empresa e suspendeu temporariamente o pagamento de suas dívidas. Agora é momento de traçar novas rotas de recuperação e recomeço. Já tivemos casos recentes que afetaram todo o mercado, como o caso da Americanas, com a Light, é preciso observar com atenção os próximos desdobramentos desse cenário”, comenta.

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