Como Bolsa dos EUA se recuperou antes da brasileira mesmo com mais de 100 mil mortes no país?
“Especialistas estimam que o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, deve ter queda de 0,7% em junho”
Na última quarta-feira os Estados Unidos registraram mais de 100 mil mortes pelo novo coronavírus (covid-19). Além disso, o numero de infectados no país ultrapassa 1,6 milhão. Mesmo com o recorde de mortes e o grande número de infectados, o índice Dow Jones subiu 2,17%, operando a 24.995,11 pontos. O Standard & Poor’s 500 registrou alta de 1,23%. Apesar do bom humor no exterior, especialistas estimam que o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, deve ter queda de 0,7% em junho. Com estes dados, questiona-se sobre como os EUA, mesmo com dados preocupantes acerca da pandemia conseguiram recuperar sua economia antes do Brasil.
O Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus comenta que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, já havia aplicado estímulos na economia do país. Em abril deste ano o Fed anunciou um pacote para redução de impactos da pandemia no país, o pacote anunciado apresentava mais de US$ 2 trilhões. “O Fed agiu primeiro, aplicou trilhões de dólares em estímulos à economia, com isso o mercado já começa a se animar, pois vê que pode contar com seu governo e com o banco central. Isso tudo coopera com uma recuperação acelerada”. Para Laatus, a bolsa no Brasil começa a reagir agora pelo incentivo da reabertura dos mercados internacionais. “A bolsa brasileira está começando a reagir agora, mas isso tem muito mais a ver com a reabertura dos mercados do exterior”.
Em meio a todos os desafios que o Brasil tem enfrentado no momento de pandemia, há ainda uma série de questões políticas assolando o país. O Estrategista-Chefe do Grupo Laatus ressalta que o Brasil ainda está entre os países emergentes e que todas as questões políticas que o país tem enfrentado nos últimos tempos cooperam para que a recuperação da bolsa brasileira ande a passos lentos. “Além de tudo, vale destacar que o Brasil é um país emergente, que atualmente, enfrenta diversos problemas políticos e uma série de questões que impedem uma recuperação mais rápida”, finaliza Laatus.