Como a saída de Bolsonaro do PSL pode impactar o mercado financeiro?

“A troca de partido pode trazer ainda mais instabilidade para o país”

Jair Bolsonaro, Presidente da República, anunciou que deixará o PSL (Partido Social Liberal), partido pelo qual foi eleito em 2018. Segundo declaração, o objetivo da saída seria criar um partido novo, o Aliança pelo Brasil. O movimento político preocupa os mercados pela possibilidade de perca de apoio do Presidente, o que poderia dificultar a tramitação de importantes reformas na Câmara. Da mesma maneira, a criação de um novo partido seria um gasto de energia desnecessário por parte das bases presidenciais. Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, a medida preocupa, contribuindo para a insegurança dos investidores. “A troca de partido pode trazer ainda mais instabilidade para o país, causada por falta de alianças e consenso político. Além disso, pode prejudicar a aprovação das reformas”, diz.

Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, não vê a saída de Bolsonaro do PSL como determinante nos mercados. “A saída de Jair Bolsonaro do PSL não causa ‘preço’ diretamente. Para os projetos econômicos não há preocupação, pois a base do governo não parece ter sido muito afetada”, comenta. Segundo Laatus, a atenção dos agentes financeiros continua no cenário externo. “As movimentações do mercado estão muito mais voltadas para preocupações externas, principalmente América Latina e também com a questão dos EUA e China”, completa.

André Alírio, Economista da Nova Futura Investimentos, acredita que o clima de instabilidade da América Latina tem contaminado os mercados da região. “A crise na América Latina tem provocado preocupação nos mercados, o que tem gerado um contágio em outros países com o Brasil. O caso da Bolívia e os protestos do Chile, por exemplo, geraram preocupação nos mercados no começo da semana”, afirma. Segundo Alírio, há uma certa apreensão quanto aos desdobramentos da manobra política de Bolsonaro. “A saída do Bolsonaro do PSL é um fator preocupante, pois é uma linha muito tênue para que ele acabe ficando isolado. Existem muitas dificuldades para criar um partido do zero. Isso gera preocupação quanto a redução da base de apoio do governo”, finaliza.

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