Com Selic à 2%, investidores precisam reavaliar investimentos em Renda Fixa

“O famoso 1% de renda fixa não vai existir mais por muitos anos, se apegar a esse rendimento pode causar diversos erros”

 

 

A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para estipular a taxa básica de juros brasileira (Selic) e, nesta quarta-feira,  ocorreu o 9º corte consecutivo no indicador. Com a taxa à 2%, atingimos o menor patamar da história desde 1999, quando o plano de regime de metas para diminuir a inflação entrou em vigor no mandato de Fernando Henrique Cardoso. Diante da crise do novo coronavírus (covid-19) e a inflação aparentemente sob controle de acordo com estudos de mercado, é mais viável para o governo fazer o mínimo possível para ajudar, afinal, o imperativo é tirar a economia do país de uma crise iminente.  

 

Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, não existe grande diferença na nova taxa Selic, e não veremos tão cedo o impacto dos cortes nos juros para levantar a economia. Com a alta quantidade de desemprego e empresas passando por dificuldades, fica difícil o consumo da maior parte da população crescer.  “Mesmo que a Selic suba, ela não retornará a um patamar tão alto mesmo no médio prazo. Além disso, não dá para comparar a taxa do Brasil a dos EUA no momento, pois seria o mesmo que tentar comparar um país emergente com um país de primeiro mundo, que tem a moeda mais forte e todos os preços precificados nela. Nossa realidade é bastante diferente e o país ainda precisa de muito investimento em diversos setores para ter uma taxa de juros baixa e uma inflação controlada”, afirma.

 

Já para os investidores de renda fixa, apesar da queda, nunca se deve fugir de um ativo, principalmente quando usado para segurança. “Apesar da taxa Selic estar muito baixa, não se pode esquecer que ir para a bolsa de valores é investir em ativos de renda variável, que podem variar tanto pra cima quanto para baixo. A pergunta é se você investiria todo seu patrimônio com risco de perda. Acredito que o brasileiro precisa buscar novos ativos como diversificação e procurar rendas fixas que tenham taxas um pouco melhores, porém vale perceber que o famoso 1% de renda fixa não vai existir mais por muitos anos, se apegar a esse rendimento pode causar diversos erros”, completa Casabona.

 

Segundo Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, não há como fugir dos investimentos de Renda Fixa, eles têm uma adequação na relação entre risco e retorno que os tornam obrigatórios para todos os investimentos do mundo. “Nos EUA, os títulos de 30 anos do tesouro indexados à inflação rendem – 0,45% ao ano e nem por isso as pessoas deixam de investir neles. O que vai acontecer é que os investidores vão reduzir suas posições em títulos como esses, que rendem no Selic, e vão procurar outros títulos de renda fixa, fundos, imóveis e ações. Para aqueles que já possuem renda aplicada, vale a pena reavaliar suas aplicações e ver se não é o caso de reduzir suas posições, mas não de zerá-las”, finaliza.

A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para estipular a taxa básica de juros brasileira (Selic) e, nesta quarta-feira,  ocorreu o 9º corte consecutivo no indicador. Com a taxa à 2%, atingimos o menor patamar da história desde 1999, quando o plano de regime de metas para diminuir a inflação entrou em vigor no mandato de Fernando Henrique Cardoso. Diante da crise do novo coronavírus (covid-19) e a inflação aparentemente sob controle de acordo com estudos de mercado, é mais viável para o governo fazer o mínimo possível para ajudar, afinal, o imperativo é tirar a economia do país de uma crise iminente.  

 

Para Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, não existe grande diferença na nova taxa Selic, e não veremos tão cedo o impacto dos cortes nos juros para levantar a economia. Com a alta quantidade de desemprego e empresas passando por dificuldades, fica difícil o consumo da maior parte da população crescer.  “Mesmo que a Selic suba, ela não retornará a um patamar tão alto mesmo no médio prazo. Além disso, não dá para comparar a taxa do Brasil a dos EUA no momento, pois seria o mesmo que tentar comparar um país emergente com um país de primeiro mundo, que tem a moeda mais forte e todos os preços precificados nela. Nossa realidade é bastante diferente e o país ainda precisa de muito investimento em diversos setores para ter uma taxa de juros baixa e uma inflação controlada”, afirma.

 

Já para os investidores de renda fixa, apesar da queda, nunca se deve fugir de um ativo, principalmente quando usado para segurança. “Apesar da taxa Selic estar muito baixa, não se pode esquecer que ir para a bolsa de valores é investir em ativos de renda variável, que podem variar tanto pra cima quanto para baixo. A pergunta é se você investiria todo seu patrimônio com risco de perda. Acredito que o brasileiro precisa buscar novos ativos como diversificação e procurar rendas fixas que tenham taxas um pouco melhores, porém vale perceber que o famoso 1% de renda fixa não vai existir mais por muitos anos, se apegar a esse rendimento pode causar diversos erros”, completa Casabona.

 

Segundo Pedro Paulo Silveira, Economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, não há como fugir dos investimentos de Renda Fixa, eles têm uma adequação na relação entre risco e retorno que os tornam obrigatórios para todos os investimentos do mundo. “Nos EUA, os títulos de 30 anos do tesouro indexados à inflação rendem – 0,45% ao ano e nem por isso as pessoas deixam de investir neles. O que vai acontecer é que os investidores vão reduzir suas posições em títulos como esses, que rendem no Selic, e vão procurar outros títulos de renda fixa, fundos, imóveis e ações. Para aqueles que já possuem renda aplicada, vale a pena reavaliar suas aplicações e ver se não é o caso de reduzir suas posições, mas não de zerá-las”, finaliza.

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