Com receita líquida de R$ 1,5 bilhão, BrasilAgro fecha safra com resultado recorde
Companhia reportou crescimento de 105% no EBITDA Ajustado, atingindo R$ 748,1 milhões no ano safra 2021/22.
A BrasilAgro finalizou a safra 2021/22 (exercício encerrado em 30 de junho de 2022) com resultado recorde e receita líquida de R$ 1,5 bilhão, segundo balanço divulgado ao mercado nesta quinta-feira (1). A empresa, especializada na compra e venda de propriedades rurais e produtora de alimentos, fibras e biomassa, viu a receita saltar 98% na comparação com a safra 2020/21, quando havia registrado R$ 748,7 milhões.
O maior volume na composição da receita líquida vem da venda de produtos agrícolas, R$ 1,2 bilhão, enquanto que o restante é resultado da venda de fazendas. Durante a última safra, a companhia vendeu duas propriedades, incluindo 3.723 hectares da Fazenda Alto Taquari, no Mato Grosso, a maior negociação já realizada pela empresa, totalizando R$ 589 milhões (valor nominal), dos quais R$ 329,7 milhões foram contabilizados nesse exercício e o saldo será reconhecido em 2024.
No mesmo período, a BrasilAgro também vendeu 4.573 hectares de uma área na Bahia. No caso desta transação, o valor arrecadado foi de R$ 130,1 milhões (valor nominal).
“Essas vendas, além de relevantes para a história da companhia, reforçam nossa tese imobiliária de geração de valor através da valorização do preço das terras”, diz trecho do balanço.
Mesmo com imprevistos com o clima, na Bahia e no Mato Grosso, que afetaram a produção de algodão e milho safrinha, os executivos da empresa destacaram o avanço de 59% do EBITDA das operações de R$ 496,6 milhões, ante os R$ 312,6 milhões da safra passada, como “reflexo da comercialização de 2,4 milhões de toneladas de produtos agrícolas”. O EBITDA ajustado total atingiu R$ 748,1 milhões, 105% maior que o aferido na safra 20/21, R$ 365,7 milhões, com margem 8 pontos percentuais acima, passando de 30% para 38%.
O lucro líquido total na safra cresceu 64%, margem líquida de 26%, passando de R$ 317,6 milhões para R$ 520,1 milhões. A companhia também informou que vai propor à Assembleia de Acionistas o pagamento de R$ 320 milhões em dividendos, R$ 3,12 por ação, totalizando R$ 520 milhões de dividendos em 2022, R$ 5,26 por ação.
Portfólio de fazendas
O balanço traz ainda a atualização do portfólio de terras da BrasilAgro, formado por 275.412 hectares, em seis Estados brasileiros, no Paraguai e na Bolívia. Ao longo da última safra, a empresa incorporou novas áreas arrendadas para produção.
“O atual mix da área em produção, entre terra própria e arrendada, permite maior flexibilidade na gestão do portfólio e reduz a volatilidade do fluxo de caixa operacional”, explica o documento.
Em valor de mercado, segundo a avaliação interna, as fazendas da BrasilAgro estavam avaliadas em R$ 3,3 bilhões em 30 de junho deste ano. O valor representa uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 23% no valor em reais por hectare nos últimos 5 anos.
Insumos
No balanço ao mercado, a BrasilAgro cita o aumento de custos em decorrência da crise global de fertilizantes, especialmente após a guerra entre Rússia e Ucrânia, e diz que “a estratégia da Companhia em antecipar a compra dos insumos, se mostrou acertada”. Segundo a empresa, 74% dos agroquímicos comprados já foram entregues.
“Mesmo com esse cenário, as margens continuam acima da média histórica. Vamos continuar investindo na operação e aumento de áreas, próprias e arrendadas e avaliando oportunidades de aquisições e vendas, mantendo a disciplina de capital”, diz trecho do relatório.
A empresa destaca também que passou a integrar o Pacto Global da ONU, por meio do Instituto BrasilAgro, e comemora o prêmio Great Place to Work (GPTW), como quinta melhor empresa para se trabalhar no agronegócio.
“Esse resultado mostra que estamos no caminho certo, investindo no desenvolvimento das pessoas, cuidando e respeitando, formando um time para levar adiante o nosso propósito de produzir alimentos com responsabilidade”, diz a mensagem da administração.