Cláudio Pinho – O povo de São Gonçalo do Amarante merece respeito e dignidade!

O Jornal do Comércio do Ceará entrevista nesta edição o deputado estadual Cláudio Pinho, ex-prefeito do município de São Gonçalo do Amarante, que governou por dois mandatos, com papel relevante e indispensável para o desenvolvimento econômico da cidade. O deputado critica a atual gestão de São Gonçalo do Amarante e fala também sobre violências nas escolas e seu projeto, propondo um policiamento especial – uma ronda escolar para ser aprovado pelo parlamento cearense.

JCC – O senhor, depois de duas gestões à frente da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, foi eleito deputado estadual e já se destaca como o mais atuante parlamentar cearense na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Fale um pouco sobre essa atuação?

Cláudio Pinho – Primeiro, gostaria de agradecer aos 82.267 cearenses que confiaram no meu trabalho e, por isso, me escolheram para representa-los na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Em segundo lugar, vejo as políticas públicas como uma oportunidade para oferecer melhores condições de vida à população e à construção de uma sociedade justa e igualitária.
Por isso, acredito na construção de um mandato participativo onde os cearenses terão voz e oportunidade de apresentar a suas ideias, municiando o mandato com informações relevantes das demandas dos cearenses. O objetivo é engajar as pessoas e as suas lutas.
Por esse motivo, o mandato estará direcionado para focar os municípios, na representação das cidades com o apoio às bandeiras antigas como a questão do Rio Curu, e proteção dos direitos humanos e defesa dos consumidores cearenses. Além de ser uma voz atuante diante dos principais debates como presidente da Comissão de Educação da Alece.

JCC – Qual a sua avaliação sobre a atual gestão do município de São Gonçalo do Amarante a qual o senhor esteve à frente por dois mandatos?

Cláudio Pinho – Muito ruim. Falta experiência em gestão, principalmente. Para se ter uma ideia, o prefeito, em um ano e doze meses de mandato, manda para a Câmara Municipal, em regime de urgência, pedido de 100 milhões de reais em empréstimo. Peguei a prefeitura devendo trinta milhões de reais. Na mudança de governo, quando saí, estava lá no balanço da Prefeitura saldo positivo com 60 milhões nas contas municipais. Por incrível que pareça, em um ano e 11 meses – quase dois anos de gestão – quebraram financeiramente a Prefeitura. E o município de São Gonçalo do Amarante apresenta esse pedido de urgência sem demonstrar os projetos para as obras. Nós lançamos São Gonçalo de ponta-a-ponta com 20 milhões de reais que foram investidos em obras com recursos próprios sem precisar de um centavo de empréstimo. Sem pedir empréstimo nós abrimos e fizemos novas avenidas, além de obras de calçamento nas ruas da cidade. Terminem pelo menos as obras que eu deixei em andamento faltando somente finalizar. Agora vem a atual gestão comprometer o povo de São Gonçalo com essa proposta de empréstimo no valor de 100 milhões de reais, sem apresentar nenhum projeto demonstrativo das obras. É um descalabro! O povo de São Gonçalo merece respeito. Quando eu estava à frente da Prefeitura eles falavam que era um absurdo pagar à Fundação Leandro Bezerra. Enquanto eu pagava um milhão e oitocentos reais eles pagam hoje pelo mesmo serviço três milhões e meio e, pior ainda, achando pouco terceirizaram a atenção básica. É por isso que o município não tem obras. Está atrasando os compromissos com os fornecedores, está desrespeitando os servidores públicos e, agora, está endividando o município para ficar a conta para os outros pagarem. É necessário fazer um estudo melhor que seja transparente. Fica aqui a minha indgnação, porque eu fiz escolas, implantei postos de saúde, inaugurei escolas em tempo integral, desenvolvi o maior programa de qualificação trazendo mais de 1.200 universitários para Fortaleza e municípios vizinhos para estudar em faculdades de qualificação. A Prefeitura tinha mais de 30 ônibus e, hoje, tudo está sucateado. Escolas sucateadas, ônibus sucateados. Isso é pra fazer com recursos próprios, com recursos financeiros da própria gestão. Não é necessário fazer empréstimo para comprometer as finanças do município. Isso é um absurdo, o que estão fazendo com o dinheiro do povo de São Gonçalo do Amarante. O povo merece respeito, o dinheiro público merece respeito!

JCC – Como o senhor se sente por ter sido aclamado como um dos melhores prefeitos do Ceará, quando esteve à frente da Prefeitura de São Gonçalo do Amarante?

Cláudio Pinho – Me sinto muito feliz por ter trabalhado muito para desenvolver a cidade de São Gonçalo do Amarante. Conseguimos fazer uma educação de qualidade, uma saúde que atendeu toda nossa população, inauguração das UPAS, posto de saúde em funcionamento no terceiro turno, valorização dos servidores municipais e tratamento com respeito e carinho à nossa população, mudando a estrutura organizacional do município para garantir os investimentos e fazer as obras que a população sonhava. Foram praças, avenidas, creches, escolas, postos de saúde, pavimentação asfáltica, recuperação de vias e sinalização do Programa Sinalize nas principais ruas do Croatá. Estradas, o cartão de proteção social, o vale gás, a construção da entrada da cidade que ajudou a organizar o trânsito, a barragem do açude do Salgado e dos Moreiras e a melhoria na drenagem e pavimentação em quase todo território do Pecém. O início da ponte do curral grande, várias areninhas foram inauguradas e instaladas pelos distritos de São Gonçalo do Amarante: Croatá, Taíba, Várzea Redonda, Siupé, Violete, Cágado e Pécem, Redonda. A pavimentação do baramar, a estrada do Siupé, enfim, foram muitas obras que se torna difícil ficar muito tempo citando. Mas, o mais importante é que, na minha gestão, São Gonçalo do Amarante se tornou outra cidade.

JCC – Uma das marcas da sua primeira gestão como prefeito era “São Gonçalo do Amarante: Governar com o povo”. Deu certo?

Cláudio Pinho – Com certeza! O “Programa Governar com o povo” tinha como propósito criar um momento de interação entre o governo municipal e as comunidades, sendo interlocutor na construção de diálogo e soluções de forma coletiva através de fóruns nas localidades.

JCC – Diante dos crimes ocorridos nas escolas e creches brasileiras, qual sua alternativa para pôr fim a essa barbárie?

Cláudio Pinho – A insegurança é fruto da desorganização familiar e da nossa sociedade. O brasileiro gosta de imitar os fatos produzidos nos Estados Unidos, mas só está imitando as coisas ruins. Acho que pela liberação das armas, como foi feito aqui na gestão do governo Bolsonaro, delinquentes imitando os americanos invadem escolas e saem atirando em todo mundo. Infelizmente, isso tem acontecido no Brasil. Nosso Brasil é um país da paz que acolhe bem a todos e a todas, contudo, está acontecendo isso nas cidades e estados brasileiros.
Essas ações delituosas trazem medo para as famílias e para os profissionais de educação e nós já estamos apresentando no parlamento legislativo um projeto pronto, propondo um policiamento especial – uma ronda escolar – exatamente para garantir que as escolas e as creches possam funcionar dando segurança aos alunos e aos profissionais de educação.

JCC – Para finalizar, qual a mensagem de esperança que o senhor passa diante dessa realidade para seus eleitores e para a população cearense?

Cláudio Pinho – A família é muito importante na formação do indivíduo. Por esse motivo, é fundamental que os pais acompanhem de perto o desenvolvimento das crianças. Por outro, lado o Poder Público deverá se adaptar a nova realidade para oferecer mais segurança e um ambiente pacífico. Diante dessa realidade, quero colocar o nosso mandato à disposição da sociedade para debater e buscar as soluções das demandas que a nossa sociedade necessita.

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