Cidade emaranhada – Fiação aérea polui a cidade e causa acidentes

Em várias ruas de Fortaleza, principalmente nas ruas do Centro e bairros periféricos, é comum olhar para os postes e ver um grande emaranhado de fios. Alguns deles até caem por não conseguirem sustentação junto aos outros cabos. Esse cenário, além de visualmente desorganizado e de poluir a paisagem da cidade, é muito perigoso para todos que transitam próximo e ainda é propício para o aumento de casos de vandalismo e de ações criminosas.

 

O presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU/CE), Lucas Rozzoline, explica que o amontoado de fios e cabos expostos sempre foi uma preocupação dos urbanistas planejadores da cidade. Segundo o arquiteto, à medida que a cidade cresce, a quantidade dos fios também aumenta e a situação vai se tornando cada vez mais difícil de ser contornada.

 

“A fiação aérea tem um claro impacto ambiental, visual e impacta também na segurança das pessoas. É comum ouvirmos histórias de pessoas que se acidentam por causa de queda de fiação, descargas elétricas e até mesmo de caminhões que passam, derrubam os fios e causam danos para o bairro inteiro”, diz Rozzoline acrescentando que o problema está ligado, inclusive, à arborização urbana, pois as árvores precisam ser constantemente podadas devido à fiação. O presidente reforça que investir em projetos de fiação subterrânea é o melhor caminho.

 

De acordo com o Código da Cidade, aprovado em 2019, os fios de distribuição devem ser subterrâneos até 2034. A Praça do Ferreira, a Avenida Monsenhor Tabosa, a Avenida Aguanambi, dentre outras, já contam com fiação subterrânea. No entanto, muitos outros pontos da cidade ainda aguardam essa intervenção subterrânea.

 

“Em Jericoacoara, por exemplo, a fiação já é toda subterrânea e temos uma clara redução do impacto visual e o aumento da segurança viária. Temos que trazer isso para toda Fortaleza que, para além da estética, dificultaria os roubos de fios e a ocorrência de acidentes. Precisamos cobrar mais sobre esse assunto e solicitar que os gestores públicos invistam e implantem de maneira mais ágil esse tipo de infraestrutura urbana em toda a capital”, destaca Rozzoline.

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