BBB24: entenda como a pressão estética sofrida por Yasmin Brunet é nociva a saúde mental
Quase 5% da população brasileira sofre de compulsão alimentar
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 5% da população brasileira sofre de compulsão alimentar, quase o dobro do que padece a população mundial, 2,6%.
Nesta terça-feira, 16, o cantor Rodriguinho voltou a debochar da compulsão alimentar de Yasmin Brunet. Durante uma conversa entre o pagodeiro, Wanessa Camargo, Giovanna Lima e Yasmin, o cantor disse que a produção do reality deveria levar uma mordaça para a modelo. Após o ocorrido, a filha de Luiza Brunet disse que iria procurar a psicóloga do programa.
Esta não é a primeira vez que Rodriguinho expõe Yasmin com comentários machistas e preconceituosos, disfarçados de brincadeira. O incidente lança luz sobre como as pressões estéticas podem ter um impacto devastador na saúde mental das mulheres. Anteriormente, o cantor disse que Yasmin estava “velha demais” e que, com a idade, tinha “largado mão”.
Yasmin Brunet, aos 35 anos, está longe de ser considerada “velha”, mas a polêmica em torno dos comentários de Rodriguinho destaca a constante pressão que as mulheres enfrentam em relação ao corpo e à aparência. A sociedade, muitas vezes, impõe padrões inatingíveis de beleza e juventude, resultando em uma carga emocional significativa sobre as mulheres e adoecimento mental e físico. A compulsão alimentar está dentre os problemas mais recorrentes.
A compulsão alimentar é uma questão séria e complexa, e a atitude do cantor apenas reforça a necessidade urgente de uma sociedade mais compreensiva e solidária. André Carneiro, psicólogo especialista em TCC (Terapia Cognitivo Comportamental), destaca a importância de abordar questões relacionadas à saúde mental com sensibilidade. “O desrespeito a lutas pessoais, como a compulsão alimentar, contribui para um ambiente onde as mulheres se sentem julgadas e incompreendidas, afetando diretamente sua saúde emocional”, salienta o especialista.
Ainda de acordo com o psicólogo, a atitude de Rodriguinho também destaca como as pressões estéticas podem exacerbar questões relacionadas à saúde mental. A expectativa constante de atender a padrões inatingíveis de beleza pode levar a distúrbios alimentares, ansiedade e depressão, criando um ciclo prejudicial para a saúde mental das mulheres.
“A polêmica no BBB, agora envolvendo Rodriguinho, serve como um chamado à conscientização sobre a importância de tratar as questões relacionadas à saúde mental com respeito e compreensão. É fundamental que celebremos a diversidade de corpos e experiências, desafiando os estigmas que perpetuam a ideia de que o valor de uma mulher está atrelado exclusivamente à sua aparência”, enfatiza o psicólogo André Carneiro.
O Machismo e adoecimento mental das mulheres
A atitude de Rodriguinho também levanta a discussão sobre os malefícios do machismo em nossa sociedade. O comentário desrespeitoso não apenas perpetua estereótipos prejudiciais sobre o envelhecimento feminino e hábitos alimentares das mulheres, mas também reforça a ideia de que o valor da mulher está intrinsecamente ligado à sua juventude e aparência.
O machismo é uma questão enraizada em estruturas sociais e culturais, impactando negativamente a vida das mulheres. “Esses episódios não são apenas ofensas isoladas; são reflexos de uma mentalidade prejudicial que precisa ser combatida”, enfatiza o psicólogo.
Entendendo a compulsão alimentar
A compulsão alimentar é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes em que a pessoa consome grandes quantidades de alimentos em um curto período, acompanhados de uma sensação de falta de controle durante esses episódios.
É importante destacar que a compulsão alimentar vai além de simples exageros alimentares ocasionais; estamos falando de padrões recorrentes que afetam significativamente a qualidade de vida da pessoa.
“Os sinais de compulsão alimentar incluem a ingestão rápida de alimentos, a alimentação até sentir desconforto físico, o isolamento social durante esses episódios e sentimentos intensos de culpa e vergonha após a compulsão. Muitas vezes, a pessoa recorre à comida como uma forma de lidar com emoções negativas, tornando esse transtorno fortemente vinculado a aspectos emocionais e psicológicos”, pontua André Carneiro, especialista em TCC (Terapia Cognitivo Comportamental).
A compulsão alimentar tem um impacto significativo na saúde mental. Além dos sentimentos de culpa e vergonha, muitas pessoas que sofrem desse transtorno experimentam uma queda na autoestima e na autoconfiança. A relação complexa entre comida e emoções pode resultar em um ciclo vicioso de compulsão, seguido por sentimentos negativos, perpetuando o problema.
De acordo com o psicólogo, é crucial entender que a compulsão alimentar é um transtorno legítimo que requer apoio e tratamento. Devemos combater o estigma associado aos distúrbios alimentares, promovendo um ambiente onde as pessoas se sintam confortáveis em buscar ajuda.
Além disso, é essencial desafiar os padrões estéticos e de corpo impostos pela sociedade, reconhecendo a diversidade e a individualidade de cada pessoa.