Banco do Brasil: a privatização por um triz

Da redação

Uma guerra sem precedentes ocorre em grupos de  WhatsApp entre os defensores do BB estatal e os que não acreditam em sua privatização. Fausto de Andrade Ribeiro, presidente do BB, e Ênio Mathias Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo da Previ, resolveram dar uma empurrãozinho na discussão

Os aposentados e funcionários da ativa do Banco do Brasil em todo o País travam um debate sem precedentes via rede social WhatsApp acerca da possibilidade de privatização do Banco. Enquanto os apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva defendem uma estratégia mais agressiva de ataque a Jair Bolsonaro (PL) e a seus apoiadores no que tange à possível privatização da estatal, os apoiadores de Jair Messias Bolsonaro defendem, por medo de enfrentar a realidade ou por ingenuidade, uma postura mais comedida no tocante ao assunto, manifestando confiança em que o atual ocupante do Palácio do Planalto não levará a cabo a privatização do BB.

Mas não é o que pensa o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem defendido a privatização do Banco do Brasil e da Petrobras. Segundo o ministro, o governo poderá usar os recursos em um fundo contra a miséria. Durante a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro disse que “não gostaria” de ver a Petrobras privatizada; e em 2019, o economista Rubem de Freitas Novaes, então presidente do Banco do Brasil, disse que o presidente Bolsonaro vetou a privatização da instituição financeira.

Os presidentes do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, e do Conselho Deliberativo da Previ, Ênio Mathias Ferreira, que também é vice-presidente corporativo do Banco, após a manifestação de ex-executivos do BB acerca da possibilidade de sua privatização e suas consequências para o funcionalismo, resolveram entrar na briga e, numa atitude digna de cabos eleitorais do ocupante do Palácio do Planalto, gravaram em conjunto um vídeo, que está disponível no sítio eletrônico da Previ na Internet e vem circulando em grupos de WhatsApp, por meio do qual os executivos tentam dar um balde de água fria nas acaloradas discussões acerca das consequências da privatização do Banco, jurando de pés juntos que nada mudará na relação BB-Previ em um futuro próximo, independentemente de qual será o ambiente político em 2023.

Segundo o ex-presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), o paulistano Sérgio Ricardo da Silva Rosa, ao adquirir uma estatal, o controlador passa a fazer contas: “A primeira conta que um “investidor” faz ao comprar uma empresa estatal é qual economia vai fazer com empregos, salários e benefícios. Sim, porque além da média dos salários e benefícios de uma estatal ser um pouco acima do mercado, o comprador certamente vai procurar reduzir ao máximo a estrutura e os custos da empresa adquirida.”

Ainda segundo Sérgio Rosa, quando o investidor compra uma empresa estatal, não costuma incorporar os empregados da empresa adquirida com benefícios superiores que os seus próprios: “Sobre Cassi e Previ, então, não precisa fazer muito esforço para raciocinar. Os benefícios e coberturas que conquistamos ao longo do tempo são melhores que os praticados no mercado. O novo comprador não vai incorporar empregados com benefícios melhores que os seus próprios colaboradores. Haverá pressão direta sobre os “custos” representados por Cassi e Previ, especialmente no que diz aos aposentados, mas não só.”

A Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ – é um fundo de pensão que gerencia a previdência complementar dos funcionários do Banco do Brasil. Sua direção é escolhida 50% pelo Banco do Brasil e 50% por meio de voto direto de seus participantes, sejam funcionários do BB ou empregados do quadro próprio da Previ (funcionários da ativa e aposentados).

Fundado em 16 de abril de 1904 sob o nome de Caixa Montepio dos Funccionários do Banco da República do Brazil, antes mesmo da seguridade social estatal no Brasil, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil é, hoje, o maior fundo de previdência da América Latina. Sua sede fica na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Até 2021, o fundo contava com 430 mil participantes.

A Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil – Cassi – é a maior operadora de autogestão em saúde do Brasil. Sua sede fica em Brasília (DF).

Fundada em 27 de janeiro de 1944 por um grupo de funcionários do BB, a Cassi oferece atendimento aos funcionários da ativa e aposentados do Banco do Brasil e a seus dependentes. É atualmente uma das maiores instituições sem fins lucrativos administradoras de planos de saúde do País. Com 75 anos de existência, conta com mais de 720 mil participantes.

Posicionamento do ministro Paulo Guedes acerca da privatização de estatais:

(https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/09/27/guedes-defende-petrobras-e-banco-do-brasil-na-fila-de-privatizacoes-dos-proximos-anos.ghtml)

Opinião do ex-executivo da Previ acerca da privatização do BB e suas consequências para o funcionalismo:

(https://associadosprevi.com.br/sergio-rosa-mostra-como-privatizacao-destruiria-o-bb-e-a-previ/).

Pronunciamento conjunto de Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, e de Ênio Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo da Previ, disponível em:

(https://www.previ.com.br/portal-previ/fique-por-dentro/noticias/presidentes-do-bb-e-do-deliberativo-da-previ-ratificam-parceria-e-afastam-rumores.htm)

 

 

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