Ateliês do Projeto Costurando o Futuro recebem novas máquinas de costura

Programa que transforma a vida de muitas mulheres na Capital agora contará com 691 novas máquinas

A Prefeitura de Fortaleza está realizando a modernização das máquinas de costura e mobiliário dos ateliês do Projeto Costurando o Futuro. A ação já foi concluída nos ateliês localizados nos bairros Vicente Pinzón, Canindezinho, Conjunto Ceará e Barra do Ceará. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico com recursos oriundos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), que deve investir R$ 1.451.989,91 em novos equipamentos para os ateliês colaborativos.

No total, são 691 máquinas de costura, sendo 341 para os ateliês e 350 para doação para as costureiras. Os tipos são reta doméstica, overlock, interlock, galoneira e reta industrial. “Nós decidimos atualizar as máquinas dos nossos ateliês, pois eram máquinas antigas. Agora, a partir da aquisição e troca de máquinas, as costureiras podem otimizar seu tempo, aumentando a produtividade e a qualidade das peças. São máquinas novas, tecnológicas e de alta qualidade”, enfatizou a coordenadora do Projeto Costurando o Futuro, Cássia Vasconcelos.

Com quase 70 anos de experiência, Maria Eli, 81, aprendeu a costurar sozinha aos 12 anos. A profissional está há 2 meses como professora voluntária na turma de corte e costura e segue com muitas expectativas. Depois de passar por diversos cursos e já ter trabalhado no ramo da alta costura de Fortaleza, Maria decidiu repassar suas técnicas para as novas alunas. “Elas ainda não sabem cortar, então trouxe uma apostila que eu uso há muitos anos, com um método para elas aprenderem, todas já tem proximidade na costura”, contou. “Isso aqui é um projeto que vai longe, principalmente pelas boas máquinas que temos aqui, então todas estão muito animadas. Eu tenho o maior prazer de estar aqui e gosto demais”, acrescentou.

A aposentada descobriu o programa através da sobrinha, que começou a costurar no programa, depois de um tempo foi contratada como monitora e hoje é responsável por acompanhar o andamento das aulas em todos os ateliês do Projeto. “Foi por causa dela que eu vim, ela disse que não tinha professora de corte e costura e eu disse que ia me oferecer e hoje estou aqui”.

Maria Cordeiro, 66, foi incentivada pela sua amiga, Maria Eli, a participar das aulas. “A Maria me chamou e ver ela com 80 anos fando um exemplo pra gente então eu aceitei, eu sempre gostei de costura. Já faz duas semanas que eu estou vindo e também trouxe minha filha, que também quer muito aprender, para quem sabe no futuro nós termos algum projeto, é muito bom”, contou enquanto finalizava seu primeiro vestido.

Um convite para dar aula de crochê abriu as portas para que Mércia Veras, 53, conhecesse o Costurando o Futuro. Há dois anos, durante as feiras do bairro Vila Velha, a costureira foi convidada a participar de aulas de corte e costura e se prontificou a ensinar crochê. “Um ex-funcionário do projeto me convidou para ir ao ateliê, à época, ainda não tínhamos uma professora, então quem sabia de alguma coisa, se prontificou em ensinar e eu acabei me tornando professora de crochê”, lembrou. Mércia ressaltou, ainda, que o programa incentiva muitas mulheres a gerarem uma fonte de renda e garantir a independência financeira. “O Costurando o Futuro é uma oportunidade muito boa para as mulheres, principalmente para as que estão em casa sem fazer nada. Graças a Deus eu vim pra cá, ajudei e ensinei muitas meninas, muitas delas não sabiam nem pegar em uma agulha e hoje já sabem e já vendem. Hoje, eu participo de diversas feiras da cidade”.

Para além das linhas e máquinas, Mércia pôde, com ajuda de suas companheiras, nascer de novo. Após ser diagnosticada com câncer de mama, a costureira lembrou, emocionada, que o projeto além de capacitar as mulheres inscritas, também as acolhe. “É um lugar muito bom para você dividir os problemas, como eu tive câncer de mama, quando eu venho pra cá eu me distraio, aqui é muito bom. Agora eu vendo, produzo e comercializo minhas peças feitas com as minhas próprias mãos e é muito gratificante”, disse. Sobre as novas máquinas, a costureira afirmou que a modernização agregará nos trabalhos de costura.

Sobre o Costurando o Futuro
O ateliê do Projeto Costurando o Futuro é espaço compartilhado e colaborativo, gratuito e voltado para as atividades de corte e costura, produzido por pessoas em situação de vulnerabilidade social. O ateliê disponibiliza máquinas profissionais do tipo: reta, overloque, galoneira e máquina de corte.

Em Fortaleza, os equipamentos estão localizados no Bom Jardim, Vila União, Jangurussu, Vila Velha, José Walter, Pirambu, Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Vicente Pinzon, Canindezinho, Mondubim e Pici. Parte da matéria-prima utilizada no ateliê, como retalhos, vem de doações de empresas.

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