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A tecnologia não freou, mas mudou o curso da evolução do Homo sapiens

Humanos não precisam mais correr rápido e ter bacia larga (as mulheres) para sobreviver à seleção natural, mas a evolução continua, afirma especialista em vídeo do Conselho de Biologia

Os humanos não precisam mais correr rápido para fugir de predadores e, com o advento dos óculos, a miopia e outros problemas de visão deixaram de ser um fator determinante para a sobrevivência. Mas os avanços tecnológicos e mudanças no estilo de vida não interromperam os cerca de 300 mil de anos de evolução do Homo sapiens, apenas mudaram o seu rumo, afirma o Prof. Dr. Diogo Meyer, do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP.

Ele cita o caso de mulheres com pelve (bacia) estreita, que com frequência morriam no parto, antes da popularização das cesarianas. Os bebês muitas vezes também não sobreviviam, o que limitava a passagem das características genéticas dessas mulheres para as novas gerações.

“Repare que nesse exemplo a tecnologia – o uso de cesarianas – não freou a evolução, mas mudou o seu curso. Existem Biólogos evolutivos estudando, por exemplo, se o fato de que as cesáreas se tornaram uma intervenção cirúrgica cada vez mais comum pode ter uma influência evolutiva sobre o tamanho dos bebês”, destaca Diogo Meyer, que é doutor pela University of California.

Os casos da interação entre cultura e genética na evolução humana são inúmeros e datam desde muito antes do período recente de rápido desenvolvimento científico e tecnológico, ressalta o especialista.

A prática de criação de gado leiteiro, que se acredita ter começado na Europa há milhares de anos, permitiu às pessoas que tinham tolerância à lactose, que é uma mutação genética, uma vantagem sobre os intolerantes. Era mais uma fonte de nutrição para essas pessoas, o que favorecia a sua saúde. A mutação que permitia aos seres humanos digerir a lactose tornou-se vantajosa nesse contexto e acabou, conforme o tempo passou, se tornando comum na Europa. Em outros lugares do mundo, a porcentagem da população que é intolerante à lactose é bem maior.

Um exemplo atual de impacto da tecnologia de ponta na evolução humana é na área de reprodução assistida, destaca Diogo Meyer. A seleção genética de embriões, com o intuito de evitar que o bebê nasça com doenças hereditárias, estaria dessa forma potencialmente diminuindo o número de pessoas com doenças graves, e induzindo uma seleção que progressivamente excluiria esses genes da população.

Por outro lado, avanços científicos em terapia genética estão começando a permitir que pessoas portadoras dessas mesmas doenças vivam mais e melhor. Diogo Meyer conta que um estudo recente teve sucesso em tratar a anemia falciforme com a técnica de edição genética Crispr (sigla do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas). Com a terapia genética, pacientes estão conseguindo viver sem a doença.

Alguns desses pacientes, que talvez nem chegassem a ter filhos, agora podem vir a tê-los no futuro, e seus genes continuariam a ser passados aos descendentes. Mas ao mesmo tempo, com as terapias, as doenças deixariam de ser um problema tão grave.

“A tecnologia influencia quais mutações têm mais chances de ficarem comuns e a intensidade da seleção natural. Não caiam na ideia de que a evolução da nossa espécie parou. A evolução mudou. Nós mudamos o seu rumo”, afirma Diogo Meyer.

Assista ao vídeo do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01) com a entrevista completa de Diogo Meyer: LINK

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