Com presença da Conaq, SES/CE apresenta dados inéditos sobre os Quilombolas no Ceará

A Seção de Disseminação de Informações (SDI) da Superintendência Estadual do IBGE no Ceará (SES/CE) promoveu, na tarde da última quinta-feira (27), mais um evento de divulgação de resultados do Censo Demográfico 2022. Desta vez, os dados divulgados foram referentes à População Quilombola do Estado do Ceará. Trata-se de um conjunto inédito de informações sobre estas comunidades, já que o Censo 2022 foi a primeira pesquisa de abrangência nacional a realizar a contagem de pessoas que se autodeclaram como quilombolas.

A apresentação dos dados ocorreu na sede da SES/CE, sendo conduzida por Fábio Jota, antropólogo e Analista Censitário de Povos e Comunidades Tradicionais. O servidor discorreu sobre as inovações introduzidas em todas as etapas do recenseamento dos povos quilombolas. Também foram explicados os principais conceitos e definições utilizados para embasar o trabalho. A seguir, foram apresentados os dados propriamente ditos, referentes à população e a domicílios. “Esse é um dado muito importante, porque são as primeiras estatísticas oficiais sobre os povos quilombolas na história do País. Esses dados vão poder ser utilizados para formular políticas públicas e para avançar na regularização fundiária dos territórios quilombolas”, pontuou o antropólogo.

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), grande parceira do IBGE em cada uma das fases do recenseamento dessas comunidades, também foi convidada a fazer parte da programação de divulgação. Representando a instituição no Estado do Ceará, compareceu Aurila Maria Souza Sales, mais conhecida como Aurila Quilombola, que é líder da Comunidade Quilombola de Nazaré, localizada no município de Itapipoca. “Dizia-se que o Ceará não tinha negros. Mas basta a gente sair das cidades e adentrar os interiores, que a gente vê essa população quilombola. Estamos muito felizes com esse resultado do Censo. Eu pensava que, aqui no Ceará, nós iríamos contabilizar 15 mil quilombolas, mas chegamos a quase 24 mil. Para a próxima, acho que esse número pode dobrar, porque a partir do momento que as pessoas verem, elas vão passar a se autodefinir quilombolas”, comemorou a líder quilombola.

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