Lula agradece piauienses por “retomada” da bandeira em Teresina
Ex-presidente disse que ficou emocionado ao ver bandeiras gigantes do Brasil e do Piauí sendo abertas pelo público em evento nesta 4ª.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou seu discurso na noite desta quarta-feira, 3, no ato Vamos Juntos Pelo Brasil e Pelo Piauí, em Teresina (PI), agradecendo ao povo piauiense. No início do evento, a multidão que estava diante do palco abriu duas enormes bandeiras, uma do Brasil e uma do Piauí, enquanto os hinos nacional e piauiense eram cantados.
“A minha emoção maior foi uma coisa que vocês fizeram aqui. O povo do Piauí, hoje, deu uma demonstração de grandeza porque vocês recuperaram a bandeira nacional para o povo brasileiro. Essa apresentação de vocês da bandeira do Brasil e da bandeira do Piauí, demonstra que nós não vamos permitir que esse genocida (…) possa se apoderar da bandeira brasileira, porque a bandeira brasileira é do povo brasileiro”, declarou ele.
Lula também falou da viagem que fez ao Piauí em 1980, durante o processo da fundação do PT, e que a trajetória do partido permitiu que ele chegasse a lugares inéditos. Como eleger um operário para a presidência e Regina Sousa, uma quebradora de côco que virou professora de francês e hoje é a governadora do estado.
“Somente um partido criado da fábrica para a sociedade é capaz de ter uma quebradeira de coco governadora do estado do Piauí e um torneiro mecânico presidente do Brasil. Isso é anormal porque na escrita da sociologia política isso não era previsto, porque trabalhador de fábrica não nasceu para ser presidente, nasceu para trabalhar, isso era o que a elite dizia para nós”, recordou.
O ex-presidente ressaltou que, quando foi eleito pela primeira vez, em 2002, o Piauí era considerado o estado mais pobre do Brasil, algo que mudou ao longo dos 16 anos dos quatro mandatos de Wellington Dias e agora “este Piauí é um dos estados mais extraordinários desse Brasil”.
No fim do evento, após o discurso de Lula, o ex-governador reuniu os presentes no palco para rezar o “Pai Nosso” antes do encerramento oficial. “Agora nós vamos fazer uma oração, aqui nós temos uma tradição de agradecer a quem comanda tudo”, disse Wellington.
Pelo Piauí
O ex-governador Wellington Dias, que irá concorrer ao Senado na eleição em outubro, também destacou a mudança que aconteceu no Piauí. No início do governo Lula, em 2003, o estado foi escolhido para o lançamento oficial do programa Fome Zero, por ter o mais baixo IDH (índice de desenvolvimento humano) do país.
“O Fome Zero foi lançado aqui porque era o estado mais pobre, onde a fome pegava mais forte”, afirmou. “Era um estado que estava no Mapa da Fome. Hoje as pesquisas mostram que não está mais. Era o estado da lamparina, hoje só faltam mais 18 mil famílias para receber. Era o estado mais atrasado na educação, hoje é o 12º Brasil, temos ensino técnico, superior e universidade pública em todos os municípios”.
A governadora Regina Sousa anunciou que fez uma parceria com a ONU para a instalação de um escritório da FAO, a agência das Nações Unidas para o combate à fome, no estado do Piauí. Em seu discurso, ela pediu que Lula, se eleito, priorize algumas áreas básicas.
“Em primeiro lugar, a regularização de terras. Para os quilombolas, os povos indígenas, comunidades tradicionais. A segurança alimentar, dando prioridade para a agricultura familiar, fazer mais casas e resolver o problema da água, nossa meta tem que ser erradicar o carro-pipa”. Para ela, “A grande obra do Lula foi a autoestima do povo. As pessoas falavam olhando para o chão, com Lula olhavam no olho e com um sorriso no rosto”.
Ex-secretário da Fazenda do estado, Rafael Fonteles irá disputar o governo piauiense em outubro pelo PT e também discursou no ato. “Estou emocionado porque participo desta caminhada desde criança”, contou o filho do ex-deputado federal Nazareno Fonteles. “Meu pai, Wellington e Regina fizeram a construção do partido aqui. Já acompanhei muitas vezes as campanhas e agora tenho a missão de tentar o governo”.
O vice-presidente nacional do PT, deputado federal Márcio Macedo, ressaltou que o país já está há menos de dois meses da eleição presidencial, diante de uma escolha decisiva para seu futuro. “Estamos em uma encruzilhada histórica, o país vai decidir se está do lado do amor ou do ódio, da esperança ou do sofrimento”, afirmou.