Estratégia comercial impulsiona escalabilidade das startups em meio a escassez de investimentos
Modelo de agente autônomo contribui para escalabilidade dos negócios com uma economia de até 70%.
A escalabilidade dos negócios por meio de um baixo investimento é um dos principais desafios das startups nos últimos meses, que devido ao contexto econômico mundial de pandemia e alta da inflação enfrentam uma escassez de investimentos. Segundo informações divulgadas pela KPMG em parceria com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), o aporte em empresas em estágio inicial teve um recuo de 51,8% no período entre o primeiro semestre de 2021 e 2022, resultando em uma queda de recebimento de capital de R$ 22,4 bilhões para R$ 11,6 bilhões.
No entanto, há uma estratégia comercial capaz de driblar a falta de recursos financeiros no ecossistema: o modelo de agente autônomo. “Trata-se de um profissional com o papel de ser o multiplicador da marca. Ou seja, é uma pessoa que irá representar os produtos e serviços da empresa na região em que está inserida ou até mesmo em um ambiente digital”, diz Daniel Abbud, CEO e sócio-fundador da 7Stars Ventures, holding de investimentos em startup em estágio inicial. O executivo, que começou a implantar o sistema de distribuição comercial em suas investidas, explica que com a iniciativa é possível economizar até 70% do valor destinado ao crescimento do negócio.
“O custo de aquisição do cliente final é oneroso para os negócios. Ou seja, a empresa investe em ações de construção da marca no mercado e em uma equipe tradicional de vendas na espera de um retorno. Em contrapartida, através da performance do agente autônomo, é possível conquistar o cliente primeiro e arcar com esse custo depois por meio de uma comissão para o profissional que realizou a venda, visto que não há um investimento no modelo de contratação formal nesse sistema de distribuição comercial. Aqui, é possível que a empresa troque um custo fixo de mão de obra qualificada por um variável”, pontua Abbud.
Uma investida da holding que enxergou valor na iniciativa é a Dryve. A fintech que atua no financiamento digital de automóveis tem mais de 7.000 agentes autorizados nos mais de 800 municípios em todo o território nacional. “Os profissionais são autônomos, o que torna esse sistema uma via de mão dupla. Enquanto a marca cresce, o agente tem acesso a ferramentas e treinamentos em uma rotina 100% flexível. Ele será o dono de seu tempo”, finaliza Pedro Gandra, sócio-fundador da Dryve.