Atletas se aposentam no auge da carreira; Especialista explica como evitar afastamento

Especialista em performance esportiva Lincoln Nunes avalia casos como o do jogador de vôlei Douglas Souza.

O anúncio de pausas nas carreiras de grandes atletas para cuidar da saúde mental tem se tornado cada vez mais frequente. A decisão de se afastar é a mais correta? O psicanalista e especialista em performance esportiva, Lincoln Nunes, explicou que, as circunstâncias em que o atleta se encontra devem ser analisadas.

“Cada um de nós tem o limite que podemos suportar, o que varia muito de pessoa para pessoa. Se a decisão de um atleta como o Douglas Souza foi correta depende do que ele está passando, de como ele chegou no limite e o mal que não tomar a decisão de parar pode estar causando”, afirmou.

O especialista explicou que alguns dos motivos que fazem os atletas pensarem em se aposentar no auge de carreira são a necessidade de dedicação integral, à distância da família, os poucos momentos de lazer e a distância de uma vida “normal” e o mais indicado, em todos os casos é ter uma preparação mental na mesma intensidade em que se tem uma preparação física.

“Eu indico o atleta buscar o acompanhamento com um preparador mental adequado. Porque muitas vezes essa decisão que essa pessoa está tomando é uma decisão momentânea por não aguentar mais a pressão que está vivendo. Alguns atletas perdem o propósito e acham melhor encerrar suas carreiras”, explicou.

Lincoln explicou que existem casos em que a aposentadoria não é a melhor opção, porque somente através de um acompanhamento, o atleta consegue enfrentar seus conflitos internos e voltar a ter qualidade de vida.

“Às vezes a aposentadoria não é a melhor opção. Às vezes uma pausa para um tratamento paralelo pode fazer com que ele retorne para a atividade dele com maestria, como o Tom Brady, por exemplo”, disse.

O especialista também explicou como acontece o processo de preparação mental dos atletas que o acompanha.

“É necessário treino diário, de fortalecimento de caráter, como também de fortalecimento mental, para que a pessoa consiga superar seus próprios medos e saiba lidar com os seus sentimentos”, disse.