Tecnologia brasileira pioneira conquista primeiro cliente no exterior

O sucesso de um software desenvolvido no Brasil e amplamente utilizado pelo agronegócio nacional cruzou a fronteira e conquistou seu primeiro cliente fora do país. O sistema de otimização de processos industriais em tempo real S-PAA, criado pela Soteica Brasil e presente em mais de 70 instalações ligadas à produção de açúcar, etanol, bioeletricidade, sucos, papel e celulose, acaba de ser adotado pela Usina Aguaí, a maior usina de processamento de cana da Bolívia, situada na província de Obispo Santistevan.

O acordo, firmado em 09 de fevereiro, leva as práticas modernas da gestão industrial 4.0 à empresa boliviana e marca o início da expansão internacional da tecnologia brasileira. Sem similar no mundo, o S-PAA monitora as principais variáveis da produção, antecipando problemas e propondo ajustes para melhorar a eficiência e até mesmo estimar ganhos de produtividade.

O presidente do Conselho de Administração e Acionistas da Usina Aguaí, Cristóbal Roda Vaca, não poupa elogios à inovação recém-implantada. “Essa tecnologia vem nos ajudar a trabalhar com mais eficiência em nossos processos e ser mais produtivos nos resultados. É o passo que nos permite inteligência artificial, internet das coisas, entre outros, além de combinar técnicas avançadas de produção e operações inteligentes”, afirma.

Em entrevista ao canal local Notivisión, o executivo ressalta o pioneirismo da empresa no uso do S-PAA na Bolívia: “Hoje a Aguaí é a primeira indústria sucroenergética fora do Brasil a ter este nível tecnológico, e poderemos competir internacionalmente com qualquer usina ao redor do mundo”, sublinha.

No Brasil, a aplicação do S-PAA está consolidada em gigantes da indústria canavieira desde 2009. Atualmente, a tecnologia é usada por grupos como Raízen, Tereos, Colombo, Biosev, Pedra Agroindustrial e SJC Bioenergia, além de usinas tradicionais como Pitangueiras, Alta Mogiana, São Manoel, Lins e Goiasa. A solução está presente em 25% da cana processada no Brasil.

Segundo Nelson Juniti Nakamura, sócio-diretor da Soteica Brasil, a empresa vem expandindo a adoção do sistema em outros segmentos dentro e fora do agronegócio. “Já estamos marcando presença nos processos de produção de suco de laranja, papel e secagem de grãos, com destaque para as multinacionais Louis Dreifus Group (LDC) e Duratex, além de focarmos na extensão do S-PAA em plantas siderúrgicas, de alumínio, hidrelétricas e PCHs”, enfatiza.

Para Pedro Martins Alves, cofundador da Soteica Brasil, a conquista de novas fronteiras pelo software mostra o caminho para o futuro. “Esta tecnologia de ponta desenvolvida por brasileiros contraria os que gostam de dizer que nosso agro só exporta commodities. O S-PAA percorreu uma trajetória marcante nesse sentido. Nasceu graças à experiência da Soteica na indústria petrolífera, migrou para a cana-de-açúcar e, no agro, tem o seu uso cada vez mais diversificado”, pontua.

NA WEB:
S-PAA / Soteica do Brasil
https://www.soteica.com.br/s-paa

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