O Cinema brasileiro acaba de ser premiado no Festival de Cannes. A Mostra Cinéfondation deu ao filme CANTAREIRA, o terceiro lugar da mostra focada em novos diretores, ainda estudantes do Festival. O filme, dividiu o prêmio com o curta romeno “Love Stories on the Move” de Carina-Gabriela Dasoveanu.
“Primeiro, parabenizo equipe e elenco pelo feito. Só a coletividade torna isso possível. Fico muito feliz com esse terceiro lugar na Cinéfondation aqui em Cannes. A representatividade desse prêmio é o que mais importa, principalmente em se tratando de uma competição entre filmes majoritariamente europeus ou oriundos de outros países desenvolvidos. Nosso filme, feito dentro de toda sua simples produção, fica de igual pra igual através do coração que colocamos no que fazemos. Conheci colegas cineastas aqui que contaram com fundos estudantis para realizarem seus projetos, com apoios consideráveis para aspirarem realizações mais ambiciosas. O que faríamos com apoio? Por isso, entendo o valor desse prêmio e o compartilho com todos os brasileiros que vislumbram no cinema uma forma de viver, de transformar e de estar no mundo.” agradece o diretor Rodrigo Ribeyro.
O paradoxo entre a metrópole e a natureza que literalmente a rodeia ganha corpo numa localidade: a Serra da Cantareira. Esse é o tema do curta-metragem “Cantareira”, realizado pelo paulistano Rodrigo Ribeyro e selecionado para a seleção Cinéfondation de 2021 – focada em novos diretores, ainda estudantes – do Festival de Cinema de Cannes, o mais tradicional do mundo. Produzido como trabalho de conclusão de curso da Academia Internacional de Cinema de São Paulo, o filme marca presença na competição que, como o próprio festival define, é destinada “para inspirar e dar apoio à próxima geração de realizadores de cinema”.
O filme mostra a história de Bento e Sylvio, neto e avô respectivamente, ambos com raízes profundas na Serra da Cantareira, mas em momentos diferentes de vida. O mais velho contempla preocupado o atual estado da Serra, com o “avanço” à espreita do aspecto natural do lugar, já cicatrizado por lojas e estradas abertas em meio a mata. O jovem vive em São Paulo, solitário, envolto pela cacofonia da cidade grande. Seria melhor voltar ao lugar onde cresceu?
O diretor baseou muito de sua vivência para criar o roteiro. “Eu cresci na Cantareira, nesse lugar tranquilo, onde o tempo corre (ou corria) numa outra velocidade e onde o som colabora (ou colaborava) para um estado muito mais sereno”, descreve. “Mudar para o centro de São Paulo, fazer amizade com os trabalhadores da região e perceber todas essas diferenças foi a faísca”.
Com fotografia de Dani Drummond e arte de Gabriela Taiara, esse confronto entre o cosmopolita e o rural se faz valer da melhor maneira cinematográfica. Qualidade percebida pela curadoria da Cinéfondation. O Festival de Cannes vai acontecer entre 6 e 17 de julho de 2021.
FICHA TÉCNICA
ELENCO
Bento – Emiliano Favacho
Sylvio – Almir Guilhermino
Leo – Guilherme Dourado
Maria (Fogueira) – Margot Varella
Senhor da Cachoeira – Gelson dos Santos
EQUIPE
Roteiro, Direção, Montagem e Desenho de Som – Rodrigo Ribeyro
Assistente de Direção – Eva Moreira
Direção de Fotografia, Cor e Assistência de Montagem – Dani Drumond
Assistente de Fotografia e Figuração – Shay Peled
Drone – Paulo Chou
Cleaning – Eduardo Nascimento
Direção de Produção – Isis Ramos
Assistente de Produção, Casting e Figuração – Wagner Vieira
Assistente de Produção – Juliana Santos
Som Direto – Uirá Ozzetti
Mixagem de Som – Ricardo Zollner
Direção de Arte – Gabriela Taiara
Assistente de Arte e Maquiagem – Madu Medeiros
Assistente de Arte e Maquiagem – Jé Bertoni
Produção Executiva e Apoio – Sylmara Ribeiro
Marceneiro e Motorista – Eduardo Oklinhos
Segurança – Luiz Cláudio
Tradução Inglês – Flavia Ribeiro
Legendas e DCP – Onda Finalização
Realização – AIC, Cachorro Sensível Filmes e Tipiti Filmes. |