Atletas olímpicos brasileiros falam sobre o uso medicinal do CDB no esporte
A Cannabis Affair, maior evento canábico do Brasil, acontece um mês antes do início da primeira Olimpíada depois da substância deixar de ser doping
Há algo em comum entre o maratonista Daniel Chaves e o skatista Pedro Barros que vai além da nacionalidade, do esporte e dos jogos olímpicos de Tóquio, a cannabis. Além de garantirem os índices – e respectivamente suas vagas – e estarem confirmados como membros da delegação olímpica brasileira, os atletas confirmaram a participação na Cannabis Affair, o maior evento canábico do país, para falarem sobre o uso do canabidiol no esporte, os benefícios para atletas de alto rendimento e para a saúde e bem-estar das pessoas em geral.
E as curiosidades (coincidências) não param por aí. Além do skate fazer parte da lista das modalidades estreantes e da maratona ser a prova mais tradicional e celebrar o encerramento dos jogos, será a primeira Olimpíada desde que a Agência Mundial Antidoping (Wada) retirou da lista de substâncias proibidas o canabidiol (CBD), um dos derivados não psicoativos da maconha.
A inclusão do tema só reforça o caráter inovador e vanguardista das Olimpíadas que é considerado o principal evento global responsável não apenas por unir povos em torno do esporte, mas principalmente por criar tendências, apresentar novidades e influenciar a mudança e a transformação no comportamento da sociedade.
Um dos exemplos do legado deixado é o empoderamento feminino (participação das mulheres em eventos esportivos), além de diversos outros acontecimentos como a união de países (Inglaterra, Escócia e País de Gales competem como Reino Unido), o surgimento de novas tecnologias que promoveram profundas transformações em diversos setores (moda, indústria de alimentos, eletrônicos), entre outros.
“A possibilidade de contar com atletas olímpicos que fazem uso da cannabis e contar com seus depoimentos ajuda a dar luz aos benefícios e à saúde e bem-estar da sociedade com um todo” diz um dos idealizadores do evento, o advogado Emílio Figueiredo – idealizador da Reforma, uma rede de advogados que atende gratuitamente pacientes de todo o Brasil que buscam na Justiça o direito de cultivar Cannabis para tratamento de saúde. “Essa discussão ganhou muita atenção porque é produtiva e visa à saúde. Escolhemos trazer o esporte ao evento não pela importância das Olimpíadas, mas também pelo fato histórico de ser a primeira edição do evento com que o CBD foi retirado da lista de sustâncias proibitivas vencendo assim o preconceito e a falta de informação ao redor do tema”, completa Figueiredo.
Trata-se de um evento totalmente digital que vai ampliar as conversas com quem estuda, pesquisa e realiza projetos sobre todos os aspectos que envolvem a cannabis – inclusive no esporte. Serão dois dias intensos com especialistas, empreendedores, entidades e movimentos da sociedade civil responsáveis por diversos projetos desde os ligados à saúde até́ aqueles relacionados às questões sociais que tem como foco a regulamentação inclusiva, na falta de conhecimento e de oportunidades ao longo da história.
Na abertura (09/06), a Cannabis Affair contará com participação da Ministra Carmem Lúcia do Supremo Tribunal Federal; da ativista pelo direto à moradia do Movimento dos Sem Teto do Centro, Preta Ferreira e de uma das principais lideranças feminina de cannabis no Brasil, Viviane Sedola.
CONTEXTO – TÓQUIO – A primeira Olimpíada Cannabis Free
Os Jogos Olímpicos de Tóquio começam no dia 23 de julho e será a primeira Olimpíada desde que a Agência Mundial Antidoping (Wada) suavizou punições por uso de drogas recreativas, chamadas de “sociais” (maconha, cocaína, heroína e ecstasy) e retirou da lista de substâncias proibidas o canabidiol, um dos derivados não psicoativos da maconha.
O processo começou em 2018 e hoje o debate está quente, incluindo no Brasil: no ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou pela primeira vez a venda de um remédio à base da planta. Também está próxima de votação um projeto de lei (PL 399/2015) que tem como objetivo regulamentar o uso medicinal da cannbis, mas há resistência de setores sociais e do governo federal.
O uso medicinal da maconha não é novo. A novidade é a relação com o esporte: como uma substância derivada da maconha pode fazer a diferença de um jeito positivo?
SERVIÇO:
EVENTO: CANNABIS AFFAIR
DATAS: 09 E 10 JUNHO
AONDE: PLATAFORMAS VIRTUAIS – CANNABIS AFFAIR (https://www.cannabisaffair.
INSCRIÇÃO: https://www.cannabisaffair.
VALOR: R$ 100,00