Utilização do hoverboard por crianças e jovens exige atenção redobrada dos pais com quedas e lesões

Em 2023, mais de 33 mil crianças com menos de 10 anos foram internadas no Brasil devido a quedas. Uso de equipamentos de segurança é fundamental para prevenir lesões mais graves
Desafiar o equilíbrio é uma das características do hoverboard, espécie de skate motorizado de duas rodas, que tem se tornado bastante utilizado no Brasil nos últimos anos, especialmente entre crianças e jovens. No período de férias, parece ser uma boa diversão, estimulando a coordenação motora e a habilidade. No entanto, o hoverboard exige uma atenção redobrada de pais e responsáveis, em razão da grande probabilidade de quedas e lesões. Um dos casos mais recentes ocorreu no último mês de dezembro, quando a pequena Zoe, de 6 anos, filha da apresentadora Sabrina Sato, quebrou o braço esquerdo ao levar uma queda do hoverboard.
Em 2023, mais de 33 mil crianças com menos de 10 anos foram internadas em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) devido a quedas, conforme informações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Outro levantamento, da organização global Aldeias Infantis SOS mostra que, em 2023, os acidentes envolvendo crianças e adolescentes no Brasil cresceram quase 8% na comparação com o ano anterior. Entre as causas, as quedas apresentaram um aumento significativo de 10,33%. Entre 2022 e 2023, foram registradas 119.245 internações causadas por lesões não intencionais, entre as faixas etárias de 0 a 14 anos.
“É muito importante fazer um uso seguro dos hoverboards por crianças e adolescentes. Embora sejam divertidos, os hoverboards apresentam riscos significativos de quedas e lesões. É fundamental que os pais adotem medidas preventivas para garantir a segurança dos seus filhos, especialmente em ambientes externos e em superfícies irregulares”, afirma o ortopedista Rafael Leitão, Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE).
Cuidados
No Brasil, o hoverboard não tem uma regulamentação oficial, pois não é classificado como brinquedo, devido à sua velocidade superior a 8 km/h. No entanto, o uso de equipamentos de proteção individual é fundamental para evitar consequências mais sérias. “Sempre devem ser utilizados capacetes, joelheiras e munhequeiras, pois eles são essenciais para minimizar o impacto de possíveis quedas. Além disso, a supervisão dos pais é fundamental, estabelecendo regras claras sobre onde e como esses dispositivos podem ser utilizados”, reforça o ortopedista Rafael Leitão.
Em caso de queda, os pais devem ficar atentos à reação da criança. “Se ela reclamar de dor, ou houver inchaço no local, um serviço de saúde deve ser procurado imediatamente, a fim de que a lesão seja tratada o mais breve possível”, alerta Rafael Leitão. “Apesar da diversão proporcionada pelos hoverboards, a segurança das crianças deve sempre ser a prioridade”, conclui o Presidente da SBOT-CE.

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