Solar já é energia do presente

Lojas comerciais, pequenos negócios, como oficinas de veículos etc., também já estão usufruindo dos seus benefícios econômicos.

 

Por Rogério Morais
Nesse momento atual de aumento do custo de energia elétrica para os consumidores brasileiros, com a aplicação do chamado “custo da bandeira vermelha”, devido à queda de produção das hidroelétricas do país por causa da seca nas regiões geradoras, uma notícia vem suavizar a nossa preocupação: A energia solar, que até bem pouco tempo era vista como a energia do futuro, pois fique sabendo que ela já é a Energia do presente. Apesar de se aproximar de 1% do total de casas abastecidas pelas placas solares – Fotovoltaicas – mas existem estudos que comprovam que em 30 anos cerca de 21,5% de toda a matriz energética brasileira será desse setor.

Não somente no interior brasileiro – área rural – onde pequenas, médias e grandes propriedades agropecuárias já têm suas minigeradoras. Área urbana das capitais já mostram o caminho do futuro da base energética brasileira. Lojas comerciais, pequenos negócios, como oficinas de veículos etc., também já estão usufruindo dos seus benefícios econômicos. O aumento expressivo de crescimento também é notado pelas novas ofertas de firmas que se instalam em todas as regiões na criação e montagem de projetos.

Quem mais gera
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os cinco Estados que atualmente mais produzem e consomem energia solar são Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná. O Brasil, um país onde a incidência solar é uma das maiores do mundo, já é também um dos que mais produzem esse tipo de força, contando com uma potência instalada de mais de 4GW, oriundos de nada menos 411 mil instalações de energia solar fotovoltaica.

Esse potencial de crescimento é diretamente proporcional a amplitude do Brasil e dos raios solares que banham com abundância todas as nossas regiões. O Estado de Minas Gerais, por exemplo, é um dos que mais produzem energia solar, e grande parte desse sucesso, conforme os analistas, se deve ao alto custo das tarifas elétricas praticados pelas concessionárias no estado. Em segundo lugar vem o estado de São Paulo, onde o crescimento de micro e minigeração de energia vem despontando, contando atualmente com nada menos do que 53 mil instalações gerando um potencial de mais de 505 MW instalada.

O Nordeste
E o Nordeste, onde a oferta de Sol é muito mais vantajosa do que nesses estados – Minas Gerais e São Paulo – qual é a realidade. Ressaltando que nesta região anterior é a mais desenvolvida do país, o parque industrial é mais expressivo, dá para entender que a procura de energia é maior, por isso os seus avanços. Mas por outro lado, é no Estado do Piauí, no município de São Gonçalo do Gurgueia, é onde está instalada a maior usina de energia solar do Brasil. Possui a capacidade anual de 1.500 GWh a partir de placas solares bifaciais, que atuam na captação de luz solar dos dois lados.

No Ceará, a geração de energia solar cresceu 130% no ano passado, totalizando não menos do que 10 mil unidades geradoras. Passou de 4,3 mil em 2019 para 10 mil em 2020. A maior parte das unidades cearenses que produzem a própria energia são residências, conforme dados da Aneel. Em seguida aparecem os estabelecimentos comerciais e depois consumidores rurais. Em Tauá, Ceará, está implantada a primeira usina a gerar energia solar em escala comercial no Brasil.

O município foi escolhido por obter excelentes índices de radiação solar ao longo do ano. Foi inaugurada em 2011. Conta com 4.680 painéis fotovoltaico, numa área e 12 mil m². No Brasil, o setor de minigeração distribuída é responsável por mais de 140 mil empregos, com arrecadação de imposto equivalente a R$ 5,9 bilhões, e tem previsão neste ano de investimento da ordem de R$ 16,7 bilhões

EM TEMPO
Um novo marco
A Câmara dos Deputados aprovou em 18 de agosto deste, um projeto que institui o marco legal da geração própria de energia, conhecida como geração distribuída. O texto, que segue para o Senado, cria um período de transição para a cobrança de encargos e tarifas sobre esse sistema. Hoje, micro e mini geradores não pagam tarifas por distribuição, e vão continuar sem pagar até o ano de 2045.

A geração distribuída não tem um marco legal. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regula as atividades por meio de resoluções, o que gera insegurança jurídica. Por isso, parlamentares favoráveis ao projeto dizem que agora vai dar mais segurança ao setor. Atualmente, consumidores do sistema de geração distribuída – ou seja, que produzem a própria energia – não pagam pelo uso da rede elétrica nem por todos os encargos cobrados de consumidores do mercado regulado, mas o lobby dos distribuidores foi forte, na Câmara, para barrar a sua aprovação.

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