Selic – mercado espera corte de 0,25%

“O cenário está positivo e há grandes expectativas sobre este corte, não só no país, mas no exterior também”
 

Nesta quarta-feira acontece a 1ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de um corte de 0,25%, diferente da tendência das últimas reuniões, onde foram feitos cortes de meio ponto percentual. A desaceleração pode representar um momento de observação, afinal a taxa de juros nunca esteve tão baixa, e se faz necessário aguardar as reações do mercado ao estímulo. Com as expectativas acerca da reunião, o Ibovespa, maior índice da Bolsa de Valores brasileira, opera na média de 115 mil pontos, uma alta de 0,81%. Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth, pontua que não só se espera um corte nesta reunião, como há também uma expectativa sobre um futuro corte na reunião de março. “Uma enorme chance de acontecer o corte de 25 pontos nesta reunião, e o Copom não descarta um novo corte na taxa em março”.

Para o Sócio-Fundador da ZenEconomics, Luiz Fernando Roxo, a probabilidade do corte é de 80%. “O mercado está estimando em 80% esse corte de 0,25%, se isso acontecer, tudo bem, está dentro da expectativa”. Para Roxo, a Bolsa brasileira deve entrar em um período de alta, mas não se cancela a possibilidade de uma retirada de investimentos, o que se dá pela questão do Coronavírus. “A Bolsa deve subir, porém pode acontecer um movimento de realização por conta da questão do Coronavírus”, afirma.

Jefferson Laatus, Estrategista-Chefe do Grupo Laatus, afirma que o mercado espera uma sinalização de que os cortes continuarão acontecendo. “Mesmo com todos os cortes já realizados recentemente pelo Copom, espera-se uma sinalização de que os mesmos continuarão”. Para Laatus, o mercado deve ser impactado caso não ocorra o corte esperado para esta reunião. “Caso o corte não aconteça, veremos um desmonte de posição, o que deve mudar um pouco a trajetória do mercado”, afirma. O Estrategista-Chefe pontua que as expectativas são grandes dentro e fora do Brasil. “O cenário está positivo e há grandes expectativas sobre este corte, não só no país, mas no exterior também”, conclui.

Para Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital, o impacto causado pelo Coronavírus não deve afetar a escolha pelo corte ou não. “O mercado aguarda o corte mesmo com o impacto do vírus. A taxa só deve permanecer em 4,5% se o Banco Central encontrar um cenário muito crítico”. Sobre a alta do dólar, que está sendo vendido acima dos R$ 4,20, Bergallo acredita que a moeda deve baixar em breve. “A alta atual do dólar não deve se prolongar, então há espaço para que o corte aconteça”. Além disso, o Diretor de Câmbio pontua que os cortes devem apresentar resultados a médio e longo prazo. “Caso o corte aconteça chegaremos na menor taxa desde 1999, o que tende a ser positivo para o país e deve apresentar resultados no médio e longo prazo”, finaliza.

Para Guto Ferreira, Diretor Executivo da Solomon’s Brain, o PIB seria impactado por conta do Coronavírus, já que a China é atualmente um grande parceiro comercial do Brasil. “O Coronavírus era imprevisível, a China como um dos principais parceiros comerciais do Brasil impactaria o PIB”. Além disso, Ferreira estima que o corte poderia ser feito mais para a frente, o que precisou ser antecipado por essa questão. “Então um novo corte que talvez ocorresse nas próximas reuniões pode ser antecipado”, completa. Ferreira pontua que os coortes devem seguir acontecendo. “É possível que os cortes continuem nas próximas reuniões, já que é um momento de observação do mercado”, conclui.

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