Sanções econômicas à Rússia devem fazer com que preços dos combustíveis subam ainda mais
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia elevou os preços do petróleo. As commodities nas quais combustíveis como gasolina e diesel se baseiam aumentaram 15,9% desde o início do conflito em fevereiro deste ano.
Isso ocorre principalmente pelo fato de que a Rússia é a terceira maior exportadora de petróleo do mundo ao lado de países como Arábia Saudita, Estados Unidos, Irã e México, sendo responsáveis por cerca de 40% da produção mundial.
Com as sanções sofridas pela Rússia e menos produto no mercado a procura aumentou, causando aumento no preço do barril. Apesar da forte alta do preço do petróleo nos últimos dias por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, o reajuste da Petrobras ainda não levou em conta essa alta expressiva. O que a empresa credita na conta do consumidor é o tempo sem reajuste.
Para o especialista em marketing e análise política, Janiel Kempers, a tendência é que o preço da gasolina, diesel e gás aumente ainda mais. “Apesar do Brasil ter um volume de exportação de petróleo bruto, não temos autossuficiência para refinar, o que nos obriga a importar com o preço baseado no mercado internacional”, pontua.
“Com as sanções que a Rússia vem sofrendo, a tendência é que Putin comece a obrigar as empresas a diminuir ainda mais o ritmo das exportações, fazendo com que o preço suba ainda mais”, afirma.
O impacto desses aumentos não é somente no bolso do consumidor final. A rede logística do país, principalmente os caminhoneiros. Para Janiel Kempers, as mudanças podem afetar toda cadeia produtiva do país. “Quando a Petrobras elevou os preços dos combustíveis, não foram apenas os bolsos dos pequenos consumidores que foram afetados. As empresas que dependem do transporte rodoviário para entregar produtos ou comprar insumos também estão vendo seus custos mensais aumentarem”, finaliza.
Aumento e Inflação
O reajuste de combustível anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10) desencadeou uma onda de revisões do IPCA (índice de preços ao consumidor ampliado) para 2022. A alta de preços, uma das mais fortes para a empresa em anos, terá múltiplos efeitos na economia. Para o economista André Braz, da FGV, o índice pode chegar a 7,5% em dezembro. “Minha previsão é de 6,2 por cento. Posso ser culpado de excesso ou falta. Mas os sinais são de que é por falta, pois esse ajuste terá um impacto indireto na cadeia produtiva”, disse ele à CNN.