Rede Monitoramento COVID Esgotos inicia acompanhamento da carga viral do novo coronavírus em Fortaleza em outras cinco capitais

Em Fortaleza há dez pontos de monitoramento incluindo estações de tratamento de esgotos, estações elevatórias, poço de visita e estação de pré-condicionamento. Pelo monitoramento dos esgotos é possível identificar a incidência e circulação do vírus nas cidades e auxiliar na tomada de decisões sobre a pandemia

Na tarde desta sexta-feira, 16 de abril, a Rede Monitoramento COVID Esgotos foi lançada. A iniciativa acompanhará a carga viral do novo coronavírus nos esgotos de seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Esse trabalho, uma das maiores iniciativas brasileiras de monitoramento da COVID 19, busca fornecer subsídios para a tomada de decisões para o enfrentamento à pandemia atual. No Boletim de Apresentação da Rede foram divulgados os pontos de monitoramento em cada uma das cidades, a população envolvida em cada um deles e a justificativa para a escolha de cada ponto.

Em Fortaleza, o monitoramento acontecerá nas estações de tratamento de esgotos José Walter, São Cristóvão e Conjunto Ceará. Também há pontos de amostragem nas estações elevatórias SD2 – Barra do Ceará, SD1 – Antônio Bezerra, Reversora do Cocó (Hospital Unimed), Praia do Futuro II e Pajeú (Hospital Leonardo da Vinci). Outros pontos de acompanhamento serão no poço de visita Interceptor Leste e na Estação de Pré-Condicionamento. Pontos escolhidos buscam acompanhar carga viral em locais que recebem esgotos de hospitais e com diferentes níveis socioeconômicos. A população que contribui para os esgotos dos pontos escolhidos é superior a 983 mil pessoas. Conheça os pontos a seguir ou no Boletim de Apresentação.

O lançamento da rede de instituições que fazem parte da expansão do Monitoramento COVID Esgotos aconteceu durante o webinar Monitoramento do Esgoto como Ferramenta de Vigilância Epidemiológica no Brasil: do Projeto-Piloto para a Rede Monitoramento COVID Esgotos, transmitido pelo canal da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no YouTube.

Na ocasião também foram apresentados os resultados dos 11 meses de monitoramento dos esgotos de Belo Horizonte como ferramenta de vigilância epidemiológica da COVID-19, já que o projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos atuou na capital mineira e em Contagem (MG) desde abril de 2020. As lições aprendidas com o projeto-piloto são a base para os trabalhos da rede recém-criada.

A ANA realizou o webinar em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT ETEs Sustentáveis), em trabalho de coordenação conjunta, que também conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Os diretores da ANA Marcelo Cruz e Oscar Cordeiro Netto abriram o encontro, que contou com as participações de Carlos Chernicharo, do INCT ETEs Sustentáveis; Thaís Cavendish, do Ministério da Saúde; Juliana Calábria, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); e Sérgio Ayrimoraes, superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, que conduzirá as discussões.

Sobre a Rede Monitoramento COVID Esgotos

A Rede Monitoramento COVID Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisões sobre a pandemia atual. Com base na carga viral medida em trilhões de cópias do novo coronavírus por dia, é possível estimar a população contaminada, que elimina o vírus pelas fezes e urina, sendo que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral).

Com os estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Outra linha de atuação é o mapeamento dos esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.

Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do distanciamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

A Rede é coordenada pela ANA e INCT ETEs Sustentáveis,  e apoio do CNPq e conta com os seguintes parceiros: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Sobre os parceiros do projeto

ANA

Criada pela Lei nº 9.984/2000, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a agência reguladora dedicada a implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei das Águas, e coordenar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH). Com a aprovação do novo marco legal do saneamento básico pela Lei nº 14.026/2020, também cabe ao órgão editar normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.

Esse trabalho é feito por meio de ações de regulação, monitoramento, gestão e planejamento de recursos hídricos. Além disso, a ANA emite e fiscaliza o cumprimento de normas, em especial as outorgas em corpos d’água de domínio da União – interestaduais, transfronteiriços e reservatórios federais. Também é a responsável pela fiscalização da segurança de barragens de usos múltiplos das águas outorgadas pela instituição.

INCT ETEs Sustentáveis

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis) estuda questões sobre o esgoto sanitário, notadamente para países em desenvolvimento, de forma a contribuir para a promoção de mudanças estruturais e estruturantes nos serviços de esgotamento sanitário, a partir da capacitação profissional, desenvolvimento de soluções tecnológicas apropriadas às diversas realidades nacionais, construção e transmissão de conhecimento para a sociedade, órgãos governamentais e empresariais.

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