Quedas da própria altura já somam mais de 13 mil atendimentos na principal emergência de Fortaleza este ano

A SBOT-CE alerta que as quedas são um problema de saúde pública, principalmente para idosos, mas que, com cuidados, pode-se reduzir a ocorrência desses acidentes. 

 

A queda é um evento bastante comum e devastador, principalmente em idosos. Dados do Ministério da Saúde estimam que cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de oitenta anos e 50% entre os que estão institucionalizados. As estatísticas da principal emergência de trauma capital cearense (Hospital IJF) confirmam esse quadro. Dos 13.516 atendimentos por queda da própria altura realizados este ano até setembro, mais de 30% (4.114) são referentes a pessoas com mais de 60 anos. Em 2022, foram 17.205 atendimentos no total.

 

Embora não seja um problema exclusivo da faixa etária idosa, uma vez que as crianças  que têm entre um e 4 anos também sejam bastante vítimas de traumas por quedas da própria altura, a presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Ceará (SBOT-CE), Christine Muniz, alerta que as quedas são um problema de saúde pública.  “São muitas consequências. Além dos problemas médicos causados pelo trauma, desde lesões leves, medo de cair repetidas vezes, até fraturas, tem a questão da dependência, hospitalização e institucionalização, o que causa impacto na sociedade como um todo, pelos prejuízos físicos, psicológicos e sociais”, disse.

 

As quedas da própria altura, em que a pessoa cai do próprio nível do corpo, são mais comuns do que se imagina, mas não devem ser consideradas normais. A presidente da SBOT-CE explica que esses acidentes ocorrem geralmente no ambiente doméstico, em especial, na cozinha e no banheiro e acontecem por condições fisiológicas da vítima como desmaio ou desequilíbrio ou por fatores externos como um tropeço ou escorregos. 

 

As principais vítimas de quedas são crianças e idosos, sendo os com mais de 60 anos os mais vulneráveis e os que mais demandam cuidados das equipes especializadas, uma vez que podem ter piora no estado geral de saúde por acumular comorbidades, como diabetes, hipertensão e osteoporose,o que dificulta ainda mais a recuperação. Desta forma, a médica traumato-ortopedista alerta  que, com alguns cuidados em casa, é possível prevenir e reduzir consideravelmente o número de quedas, principalmente em idosos.

 

Cuidados

 

“Os idosos, familiares, cuidadores e os responsáveis devem seguir algumas recomendações como manter os ambientes bem iluminados; não deixar objetos e tapetes escorregadios espalhados pela casa, instalar equipamentos de suporte, como barras no banheiro, em escadas e em rampas para ajudar no equilíbrio”, destaca.

 

Em caso de queda, a presidente da SBOT-CE orienta que a primeira atitude é pedir ajuda. “Não se deve mover a vítima. O ideal é manter a calma e chamar o serviço de emergência 192”, orienta.

 COMO EVITAR QUEDAS

O processo de envelhecimento é um importante fator de risco como possível causador de quedas. Com a idade, todo aparelho locomotor é atingido, além de déficit visual e auditivo, alteração da marcha, equilíbrio, déficit cognitivo. O uso de medicamentos e as doenças degenerativas das articulações também precisam ser consideradas como possíveis causadores de quedas em pacientes idosos. Por isso, fique atento às orientações da SBOT. Confira: 

• -Evite tapetes soltos; 

• -As escadas e corredores devem ter corrimão dos dois lados; 

• -Use sapatos fechados e com solados de borracha;

• -Coloque tapete antiderrapante nos banheiros; 

• -Evite andar em áreas com piso úmido; 

• -Evite encerar a casa;

• -Evite móveis e objetos espalhados pela casa;

• -Deixe uma luz acesa à noite, caso você se levante;

• -Espere que o ônibus pare completamente para você subir ou descer;

• -Coloque o telefone em local acessível;

• -Utilize sempre a faixa de pedestres;

• -Se necessário, use bengalas, muletas ou instrumentos de apoio