Personalize as preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como “Necessários” são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para ativar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

Não há cookies para exibir.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

Não há cookies para exibir.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

Não há cookies para exibir.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

Não há cookies para exibir.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

Não há cookies para exibir.

Governo cobra juros em financiamentos habitacionais

Medida Provisória que cria Casa Verde e Amarela recebeu 547 emendas e aguarda relator na Câmara dos Deputados. MP 996 determina que famílias de baixa renda passem a pagar juros pela casa própria. Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) avalia programa do governo Bolsonaro como “retrocesso” e volta a criticar descaso do Executivo com Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida

 

Brasília, 17/09/2020 — Com 547 emendas, a medida provisória que cria o Casa Verde e Amarela em substituição ao Minha Casa Minha Vida (MCMV) aguarda designação de relator na Câmara dos Deputados. Se a MP 996/2020 não for votada pelas duas Casas legislativas (Câmara e Senado) até o próximo dia 24 de outubro, ela perde validade. Conforme a MP, a parcela mais carente do novo programa habitacional — composta também por famílias com renda mensal até R$ 1,8 mil, abrangidas pela atual Faixa 1 do MCMV — passa a ter que pagar juros anuais a partir de 4,25% nos financiamentos da casa própria.

Criado em março de 2009, o Minha Casa Minha Vida concede aos mutuários da Faixa 1 um subsídio do governo correspondente a 90% do valor da moradia. Os outros 10% podem ser pagos em até 120 prestações mensais (por um período de dez anos), que variam de R$ 80 a R$ 270, sem qualquer incidência de juros.

No entendimento do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto, o Casa Verde e Amarela representa um “retrocesso” e é parte do que ele classifica como “desmonte do Estado brasileiro”. “Esperamos que o Congresso modifique esta medida provisória porque o que foi apresentado não é um projeto nacional para o enfrentamento do déficit no setor de habitação”, afirma. “O programa do governo Bolsonaro é bem diferente do Minha Casa Minha Vida, que carrega uma função social muito forte”, acrescenta Takemoto.

O presidente da Fenae também observa que a Caixa Econômica sempre teve papel fundamental na viabilização do MCMV. “Agora, com base em uma política de caráter privatista, o financiamento do Casa Verde e Amarela prevê a participação de bancos privados. Essa é mais uma tentativa para enfraquecer a Caixa 100% pública, social e forte, abrindo caminho para que a estatal fique menor e seja comprometida em sua atuação como principal agente operador das políticas públicas do país”, reforça Sérgio Takemoto.

Cerca de 70% do crédito habitacional é feito pela Caixa Econômica e 90% dos financiamentos para pessoas de baixa renda estão na Caixa. Além de moradias populares — como as do programa Minha Casa Minha Vida — o banco público também investe nas áreas de saneamento, saúde, infraestrutura, agricultura familiar e nas micro e pequenas empresas.

EMENDAS À MP — De acordo com levantamento feito pelo Senado, a maioria das emendas apresentadas à MP 996 defende mais participação popular no Casa Verde e Amarela. Elas reforçam que seja garantida a aquisição e ocupação dos imóveis por cidadãos de baixa renda, pessoas com deficiência e aquelas que vivam em situação extrema de vulnerabilidade.

Autor de uma emenda que busca incluir no texto da medida provisória o repasse mínimo de R$ 5 bilhões anuais para financiar novas operações às famílias com renda mensal até R$ 1,8 mil, o senador Jacques Wagner (PT-BA) justifica a proposta: “As famílias de baixa renda não têm capacidade de tomar financiamentos. E é neste setor que se concentra o maior déficit; então o Estado deve garantir subsídios para a população mais pobre ter acesso à moradia”.

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) propôs alterações que estabelecem que o percentual dos recursos do Casa Verde e Amarela destinados ao segmento da população com a menor faixa de renda não seja inferior a 40% do total do investimento público no programa. Outra emenda do senador atribui à Caixa Econômica a gestão operacional dos recursos destinados à concessão de qualquer tipo de subvenção do Casa Verde e Amarela. “A Caixa tem a expertise e a competência comprovadas para esse trabalho”, ressalta o parlamentar.

Uma das 13 emendas do senador Rogério Carvalho (PT-SE) estabelece que o programa do governo Bolsonaro deverá beneficiar famílias com renda familiar mensal até R$ 1,8 mil, justamente a Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida e a que concentra o maior déficit habitacional. A emenda também abrange moradores de áreas de risco e insalubres, que tenham sido desabrigados ou desalojados ou que perderam a casa em razão de desastres naturais, além de famílias que tenham pessoas com deficiência e com mulheres responsáveis pela manutenção da casa.

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) apresentou emenda para garantir um subsídio de 75% do valor do financiamento às famílias com renda mensal até um salário mínimo e ainda um subsídio de 50% aos mutuários com renda de um a dois salários mínimos. Já o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) propôs que, nos segmentos de menor renda, a subvenção incida não apenas sobre os juros mas também sobre o valor do financiamento, de modo a reduzir o saldo devedor a ser amortizado pelo mutuário.

RENEGOCIAÇÃO — Como forma de favorecer pessoas inadimplentes junto ao Minha Casa Minha Vida, o senador Randolfe Rodrigues sugere uma renegociação cujos descontos sobre multas e juros podem atingir 90% do valor devido. A dedução cairá à medida que for ampliado o prazo de pagamento, que pode chegar a até dez anos.

Há quase dois meses (desde 21 de julho), está parado no Senado o projeto de Lei 795/2020, que permite a suspensão, durante a pandemia do coronavírus, do pagamento das prestações habitacionais pelos mutuários da Faixa 1 do MCMV. Como lembra Sérgio Takemoto, a Fenae defende, desde o início da crise econômica provocada pela covid-19, a pausa no pagamento das prestações por esta parcela da população, a exemplo do que foi concedido peĺo governo para outros mutuários e grupos do Minha Casa Minha Vida.

“Essas famílias que compõem a Faixa 1 também estão sem renda e mal têm condições de se sustentar. Imagine, manter o pagamento das prestações”, observa Takemoto. “Vamos continuar defendendo a manutenção dos programas sociais no país; inclusive, a retomada dos investimentos à Faixa 1 do MCMV”, completa o presidente da Federação.

DESCASO DO GOVERNO — A exclusão dos brasileiros mais necessitados das políticas habitacionais do governo Bolsonaro vem sendo denunciada há meses pela Fenae. Conforme alertas feitos pela entidade junto a diferentes órgãos do Executivo federal, esta parcela da população continua sendo a única não beneficiada pelas pausas no pagamento das prestações da casa própria.

No final de julho, a Fenae enviou ofícios à direção da Caixa e também ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) solicitando informações sobre a não inclusão da Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida em nova prorrogação da suspensão do pagamento dos financiamentos habitacionais. Em maio e julho, o governo concedeu e prorrogou pausas na quitação das prestações — em um total de 180 dias — para todos os mutuários do país, incluindo três faixas do MCMV: 1,5, 2 e 3.

BAIXA RENDA — Além de não ser prioridade do atual governo manter os financiamentos para os brasileiros mais carentes, há milhares de unidades da Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida aguardando recursos federais para serem finalizadas e entregues.

O secretário nacional de Habitação do MDR, Alfredo Eduardo dos Santos, afirmou publicamente, ainda no primeiro semestre deste ano, que “não deverá haver atualização” em relação à faixa que atende a famílias com renda até R$ 1,8 mil. “Não temos imaginado alteração nessa [faixa de] renda pois consome muito subsídio”, disse o secretário, durante videoconferências com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

MUDANÇAS — O Casa Verde e Amarela modifica programas e legislações anteriores ao mesmo tempo em que suprime o papel de controle social previsto na lei do Sistema e Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS). A lei do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) é alterada e as definições sobre financiamentos, taxas aplicadas e outros critérios deixam de ser realizados dentro do SNHIS e passam a ocorrer apenas no âmbito do Conselho Curador do FGTS, com a Caixa na condição de agente operador.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.