A própria tomada de decisão das pessoas e suas famílias estão entre as possíveis causas para a diferença entre os números, como explica Alcimar Enéas Rocha Trancoso, superintendente substituto do IBGE em Alagoas.
“Desde a escolha pessoal de morar ou permanecer neste ou naquele lugar, às questões socioeconômicas como emprego, melhores salários, estrutura social do lugar no que se refere ao atendimento educacional, de saúde e segurança pública, por exemplo. Questões que se relacionam, numa certa medida, com as decisões e escolhas dos gestores públicos ao longo de um período”.
Mas não é só isso. Outro fator que pode ter impactado foi a falta de uma contagem populacional em 2015, cancelada após corte no orçamento, feito pelo Governo Federal na época. “Fazer as comparações de crescimento ou decrescimento populacional utilizando como parâmetro as Estimativas de População deve ser algo executado com parcimônia, especialmente considerando que não houve a contagem populacional em 2015, pesquisa censitária que serve justamente para, com dados empíricos, calibrar os cálculos estatísticos da estimativa”, reforçou Trancoso.
Como são calculadas as estimativas populacionais?
Ainda segundo o superintendente, o modelo adotado para calcular as estimativas populacionais é baseado em uma metodologia desenvolvida pelos demógrafos Madeira e Simões, que leva em consideração a tendência de crescimento populacional do município, entre dois censos demográficos consecutivos, em relação à tendência de crescimento de uma área geográfica maior, que é subdividida em áreas menores.
Qual impacto para os municípios?
A redução ou aumento populacional influencia diretamente na demanda por serviços e estrutura pública, como moradias, saúde e educação. Outro fator que é impactado é a própria capacidade de arrecadação dos municípios, seja referente aos impostos ou pela parcela do Fundo de Participação Municipal (FPM). Neste último caso, o Tribunal de Contas da União adota como critérios para a distribuição dos recursos o número de habitantes.
IBGE reforça controle de qualidade do Censo
Ainda em resposta à reportagem, o superintendente Alcimar Trancoso ressalta a qualidade da pesquisa e os avanços obtidos nos últimos anos em ferramentas e tecnologias, além de afirmar que não há razão técnica ou operacional para fazer qualquer tipo de revisão, mas afirma que uma Contagem Populacional antecedendo o próximo Censo demográfico deve ser garantida. (Fonte: Agência tatu)