Pesquisadores sistematizam lista de produtos registrados para a cultura do amendoim

Todos os produtos autorizados para a cultura do amendoim reunidos num só lugar para facilitar a tomada de decisão do produtor. Com esse objetivo, o grupo de trabalho de Fitossanidade da Câmara Setorial do Amendoim, coordenado pelos pesquisadores da Embrapa, com apoio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), criaram o AmendoSafe, uma planilha que compreende um conjunto de informações sobre os produtos disponíveis para o manejo de pragas da cultura do amendoim, visando reduzir o risco de resíduos de pesticidas e a produção de alimentos seguros e de qualidade. As informações estão organizadas considerando os grandes grupos de pragas, sejam doenças, nematoides, plantas daninhas, insetos e ácaros.

O pesquisador observa que, embora já exista o Agrofit, ferramenta do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, na qual é possível obter as informações sobre os produtos registrados para a cultura, nem todas as informações estão prontamente visíveis. “É necessário navegar pela ferramenta para obtê-las. O diferencial, no caso da AmendoSafe, é que as informações cruciais para tomada de decisão estão todas agrupadas”, compara.

“A ideia dessa planilha surgiu após percebermos a necessidade de disponibilizar informações sobre as diferentes opções de manejo de pragas na cultura do amendoim, quer seja pela constante atualização de produtos disponíveis, quer seja pelo aumento no rigor relativo ao monitoramento de resíduos nos principais mercados importadores do amendoim brasileiro”, conta o pesquisador Dartanhã Soares, da Embrapa Algodão.

Ele lembra que desde início de 2019, nas reuniões ordinárias da Câmara Setorial do Amendoim, em São Paulo, sempre era feita a divulgação das atualizações da grade de agrotóxicos para a cultura do amendoim, porém raramente mencionava-se o registro de produtos de base biológica.

Segundo o pesquisador, em levantamento realizado no segundo semestre do ano passado sobre o panorama e potencial de adoção do controle biológico na cultura do amendoim, observou-se que existe certo desconhecimento a respeito da utilização de produtos para o controle biológico.

“Embora parte da cadeia utilize opções de controle biológico, uma parcela significativa, por desconhecimento da legislação, que determina que os produtos para controle biológico sejam registrados por alvo e não por cultura, acreditava que não haviam opções de produtos biológicos para serem usados na cultura do amendoim. Assim, essa ferramenta se torna útil também para quebrar paradigmas e sensibilizar a cadeia produtiva para utilização de opções de manejo mais sustentáveis”, afirma Soares.

O pesquisador informa que serão feitas atualizações anuais visando a inclusão dos novos registros, bem como atualização de possíveis novos LMRs.

Como usar o AmendoSafe

A utilização do AmendoSafe deve ter como base as boas práticas agrícolas e, consequentemente, o manejo integrado de pragas. Diante da necessidade de intervenções para o manejo de pragas, o AmendoSafe permite avaliar as opções de produtos registrados para determinado alvo, tendo por base informações relativas aos ingredientes ativos disponíveis, o grupo químico ou biológico, o período de carência e os limites máximos de resíduos.

“Esse conjunto de informações permite, de forma rápida, avaliar as opções de rotação de ingredientes ativos ou grupos químicos e biológicos, visando reduzir o risco de surgimento de biótipos resistentes, bem como permite avaliar quais as melhores opções em termos de período de carência e LMRs de modo que, em sendo necessário alguma intervenção, opte-se pelos produtos que permitam a colheita do amendoim após o período de carência, e por consequência resultando em LMRs em conformidade com a legislação”, explica o pesquisador.

Dentro de cada grupo de praga, os alvos estão listados por ordem alfabética do nome científico, seguidos do seu nome comum, na segunda coluna. Na terceira coluna, estão listados os nomes comerciais de todos os produtos registrados para o manejo daquele alvo, seguidos do seu respectivo ingrediente ativo, grupo químico/biológico e período de carência.

Por fim, para cada produto são listados os LMRs estabelecidos pela legislação brasileira (Brasil), pelo Codex Alimentarum da FAO (Codex) e pela União Europeia (EU). Conforme Soares, a ideia é que a planilha evolua para um aplicativo, tornando a interface mais amigável e ampliando ainda mais seu potencial de utilização.

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