Pesquisa da Unifor analisa transmissão de Covid-19 no transporte público de Fortaleza

Artigo científico foi publicado em periódico de prestígio internacional

 

Um estudo científico desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA) e do Centro de Ciência da Saúde (CCS) da Universidade de Fortaleza, instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, em parceria com docentes da Universidade Federal do Ceará (UFC), acaba de ser publicado na revista Nature Scientific Reports, que está entre os periódicos mais respeitados do mundo. Trata-se de uma pesquisa que avalia características de transmissibilidade da Covid-19 dentro do sistema de ônibus da capital cearense.

O artigo, intitulado “Tracing contacts to evaluate the transmission of Covid-19 from highly exposed individuals in public transportation” (“Rastreamento de contatos para avaliar a transmissão de Covid-19 de indivíduos altamente expostos no transporte público”, em tradução adaptada), pode ser lido na íntegra (em inglês) clicando aqui.

Os autores do trabalho são Vasco FurtadoCaio PonteErneson OliveiraCarlos Caminha (todos do NCDIA) e Antonio Lima (CCS), professores e pesquisadores da Unifor, e Humberto Carmona e José Andrade Junior (ambos da UFC). Para fazer um rastreamento de contato entre usuários de transporte público ao longo da pandemia, foram utilizadas duas bases de dados: os bilhetes de ônibus, que identificavam os usuários e seus deslocamentos, e os dados epidemiológicos de contágio.

“A Mobilidade Humana é essencial para o entendimento da transmissão de Covid-19, uma vez que o vírus SARS-CoV-2 é transmitido entre indivíduos via gotículas e aerossóis. Este trabalho, que investigou a transmissão dentro dos ônibus da cidade de Fortaleza por meio de um modelo de rastreamento de contatos, se insere numa coleção de trabalhos que temos desenvolvido em parceria com a cidade de Fortaleza para compreender o deslocamento das pessoas no sistema público de transporte baseado em dados de uso dos ônibus”, esclarece Vasco Furtado, coordenador do NCDIA.

A análise foi feita a partir  da criação de dois modelos: um microscópico (dentro dos ônibus) e um macroscópico (na cidade). Estes modelos indicavam, de maneira quantitativa, como se deu a transmissão de coronavírus nas diversas fases da pandemia e permitiu compreender as características de transmissibilidade dentro do ônibus.

Pandemia e transporte público

“Nosso trabalho mostrou que os níveis de transmissão na cidade e dentro dos ônibus eram equivalentes. No entanto, quando observamos a transmissão da doença dos profissionais de saúde, estes estavam muito acima, uma vez que são mais expostos ao vírus. Isso mostra o quanto deve-se elaborar políticas públicas que contemplem meios alternativos de deslocamento das pessoas com alta exposição ao vírus”, explica o professor Caio Pontes, que participa do artigo e é também aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Informática Aplicada da Unifor.

Em sua próxima fase, a pesquisa se estenderá para as transmissões de Covid-19 durante o período de retorno às aulas para tentar descobrir se fenômeno similar ocorre com a  transmissão do vírus em estudantes. O estudo é relevante para apoiar as decisões tomadas pelo poder público, pois o rastreamento de contato é importante para mensurar o nível de transmissão de pessoas altamente expostas em ambientes fechados.

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