Pedidos de recuperação judicial crescem 89,7% em junho, aponta Boa Vista
No 1º semestre, porém, indicador acumula queda de 27,3% em relação ao ano passado
Os pedidos de recuperação judicial cresceram 89,7% em junho de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018, segundo dados com abrangência nacional da Boa Vista. As recuperações judiciais deferidas também apresentaram alta (1,8%) em relação a junho do ano passado, enquanto os pedidos de falência e as falências decretadas registraram quedas de 25,6% e 29,8%, respectivamente.
Na comparação com maio, Pedidos de Recuperação Judicial (27,8%) e Recuperações Judiciais Deferidas (3,7%) apresentaram alta, enquanto Pedidos de Falência (-42,2%) e Falências Decretadas (-42%) registraram queda.
No 1º semestre, porém, todos os indicadores recuaram em relação ao mesmo período do ano passado. Pedidos de Falência, Falências Decretadas, Pedidos de Recuperação Judicial e Recuperações Judiciais Deferidas diminuíram 16,4%, 18,2%, 27,3% e 29,6%, respectivamente.
De acordo com os resultados acumulados, observa-se a continuidade da tendência de queda tanto nos pedidos de falência quanto nos pedidos de recuperação judicial. Esse movimento está atrelado à melhora nas condições econômicas desde 2017, que permitiu às empresas apresentarem sinais mais sólidos nos indicadores de solvência. Entretanto, a continuidade deste processo está condicionada à evolução da atividade econômica nos próximos períodos.
Os pedidos de recuperação judicial apresentaram alta em junho tanto na comparação com maio quanto em relação a junho do ano passado, o que parece estar relacionado às maiores dificuldades enfrentadas por alguns segmentos da economia em particular.
A situação financeira das empresas, de maneira geral, segue positiva, mas tende a se deteriorar sem uma recuperação consistente da atividade econômica.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por porte
A tabela 2 mostra como estão distribuídas as falências e recuperações judiciais por porte de empresa no 1º semestre de 2019 a partir dos critérios de porte de empresa adotados pelo BNDES¹. As pequenas empresas, por exemplo, foram responsáveis por 93,8% dos pedidos de falências e 93,4% dos pedidos de recuperação judicial. Com relação a falências decretadas e recuperações judiciais deferidas, também houve predominância de ocorrências entre pequenas empresas, que responderam por 96,5% e 92,1% dos totais, respectivamente.
Distribuição das falências e recuperações judiciais por setor
Na divisão por segmento da economia, o setor de Serviços respondeu pelo maior percentual dos pedidos de falência (42,8%), seguido do setor Industrial (30,8%) e do Comércio (26,4%). Para efeito de comparação, no primeiro semestre do ano passado, o setor de Serviços respondeu por 43,8% dos pedidos de falência, contra 29,2% da Indústria e 27% do Comércio. Para os demais dados, segue o resumo apresentado na tabela 3 abaixo:
1 A CIRCULAR Nº 11/2010 do BNDES de 05 de março de 2010 classifica as categorias de porte das empresas de acordo com a receita operacional bruta anualizada. Microempresa – menor ou igual a R$ 2,4 milhões; Pequena empresa – maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16 milhões; Média empresa – maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90 milhões; Média-grande empresa – maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões; Grande empresa – maior que R$ 300 milhões.
Metodologia
O Indicador de Falências e Recuperações Judiciais é construído com base na apuração das informações mensais registradas na base de dados da Boa Vista, oriundas dos fóruns, varas de falências e dos Diários Oficiais e da Justiça dos estados.
A série histórica deste indicador se inicia em 2006 e está disponível em:
http://www.boavistaservicos.
SOBRE A BOA VISTA
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