Pandemia muda número de estagiários no Brasil
O coronavírus afetou bruscamente o mercado de estágios e mais de 300 mil jovens perderam suas vagas no início da pandemia
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A crise econômica ocasionada pela pandemia do Covid-19 potencializou o desemprego. Para os jovens de 18 a 24 anos, isso foi ainda pior, atingindo 31,4% na taxa de desocupação, ou seja, 16,8 pontos percentuais acima da população em geral, no terceiro trimestre de 2020. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD).
Em 2020, esperava-se ser o melhor ano para o estágio no país. Contudo, o vírus chegou e essa expectativa foi frustrada. Como resultado, houve uma queda vertiginosa no número de estagiários na grande maioria das áreas. Setores como turismo, eventos, comércio, transportes de passageiros (principalmente aéreo) e, inclusive, serviços finalizaram os contratos.
Como consequência, o impacto foi enorme: menos 30%, caindo para 700 mil estagiários. No ensino superior a queda foi de 28,1%, resultando em 532 mil postos. Já no médio e técnico, o tombo foi maior, despencou 35,3%, ou seja, permanecendo apenas 168 mil colocações.
Todavia, um ponto positivo dessa situação foi a aplicação de mais recursos tecnológicos pela grande parte das empresas. Com isso, o home office passou a ser adotado como uma realidade e isso evitou novas perdas em postos de estágio. Como consequência, mais vagas foram abertas e o número chegou no mês de março de 2021 a 900 mil estagiários, sendo 686 mil do superior e 214 mil do médio e técnico. Isso é um ponto de celebração! Porém, ainda há muita gente fora do mercado!
Essa tendência deve perdurar, pois as organizações aprenderam a gerenciar a distância, bem como a sociedade, incluindo nossos jovens. Isso provou ser possível atuar de suas próprias casas com acompanhamento e cumprimento de todas as atividades. Então, esse caos de saúde pública foi uma grande revolução nas relações de trabalho no Brasil e em todo mundo. Por isso, é urgente a necessidade de continuar investindo na juventude, pois ao afetar o sistema laboral, os impactos se alastram. Um exemplo disso é a sequela na aprendizagem diante do aumento da evasão escolar.
Portanto, a alternativa para esse problema é a permanência e a inserção dos educandos nas entidades por meio do ato educativo escolar. Afinal, ele receberá uma bolsa-auxílio ajudando-o na manutenção financeira do seu aprendizado. Além disso, a carga horária é reduzida, máxima de seis horas diárias e 30 horas semanais, permitindo-o organizar a rotina entre a corporação e a sala de aula.
Para as empresas também há benefício, pois o estágio não gera vínculo empregatício. Assim, ficam isentas de encargos trabalhistas, tais como 13º salário, ⅓ sobre férias, FGTS e INSS e eventual multa rescisória. Isso foi feito, justamente, para incentivar a admissão desse público em busca de dar o primeiro passo na carreira.
Apesar de estarmos novamente em um momento delicado, permanecemos esperançosos na recuperação desse mercado. A previsão, caso a vacinação seja acelerada e novos estímulos concedidos na economia, é retomarmos o cenário visto há 12 meses. Afinal, com menos ocupação de leitos em hospitais por Covid-19 e uma diminuição da taxa de mortalidade, isso deve trazer um novo ânimo à atividade econômica, reduzindo o medo, potencializando o consumo e investimentos.
Vamos lutar pelo Brasil juntos! Conte com a Abres!
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