Ocupação Parque Dragão realiza sarau de poesias e show musical gratuitos neste sábado (24/9)
A terceira edição do evento, fruto da parceria entre a Biblioteca Pública Estadual do Ceará, o Centro Cultural Porto Dragão e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, presta homenagem ao escritor cearense Carlos Emílio Corrêa Lima.
Neste sábado (24), a partir das 18h, no Espaço Rogaciano Leite Filho, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), acontece mais uma “Ocupação Parque Dragão”, que, neste mês, destaca a poesia e promove o encontro de diversos artistas cearenses em um grande sarau em memória de Carlos Emílio Corrêa Lima, literato cearense falecido em abril deste ano, que marcou a cena cultural de Fortaleza com suas rodas de conversa sobre poesia, sendo um dos idealizadores dos saraus que aconteciam no local da homenagem, e que contribuiu para a formação de novas gerações de escritores. Além da recitação de poemas por Má Dame, Ricardo Guilherme, Raul Agrela, Diego Landim, Samuel em Transe, Ricardo Kelmer, Tiago Arrais, Amyla Vida, Chris Rodrigues e Nego Gallo, a programação gratuita contará ainda com show de Assun.
Em alusão ao Dia Nacional dos Surdos, efeméride do dia 26 de setembro, e reafirmando o compromisso da Rede de Equipamentos da Secult-CE em democratizar o acesso à arte e à cultura, também por meio da acessibilidade, toda a programação contará com intérpretes de Libras.
Sobre o homenageado
Natural de Fortaleza, Carlos Emílio nasceu em 1956. Foi aluno do Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará (UFC), Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), professor e editor. Escreveu “Solário – contos infantis para adultos” (1970), quando tinha menos de 14 anos, além de romances, poemas e ensaios, entre eles “A Cachoeira das Eras – A Coluna de Clara Sarabanda” (1979), “Além, Jericoacoara – O Observador do Litoral” (1982), “Ofos (1984), “Pedaços da História mais Longe” (1997); “Virgílio Várzea: os olhos de paisagem do cineasta do Parnaso” (2002), “O Romance que Explodiu” (2006) e “Maria do Monte: o romance inédito de Jorge Amado” (2008).
Em 1976, junto a um grupo de escritores cearenses, criou a revista de cultura “O Saco”, considerada um marco da cultura cearense e que chegou a circular em outras capitais brasileiras. Anos depois, Emílio foi um dos responsáveis pela criação do grupo literário “Siriará”. Na década de 1980, escreveu resenhas literárias para os jornais “Última Hora” e “O Estado de São Paulo” (suplemento cultural) e para as revistas “Visão” e Isto É”.
Sobre a Ocupação Parque Dragão
A Ocupação Parque Dragão é um projeto colaborativo mensal entre a Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece), o Centro Cultural Porto Dragão e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), que convida o público a aproveitar uma agenda cultural inteiramente gratuita nas áreas abertas que interligam esses equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará, geridos em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM).
Sobre os artistas participantes da 3ª edição
AMYLA VIDAL – artivista, cantora nascida e criada em Fortaleza, pesquisadora dos cuidados afro indígenas à base de recursos naturais. Integrante da coletiva @pretarau, @elaspoemas e @rimadores085. Em abril de 2022, lançou o álbum Força da Fé, com nove faixas musicais. Trabalha recitando poesias marginais e rimas improvisadas nos transportes coletivos de Fortaleza.
ASSUN – Coda, cantor e compositor cearense. Atuando como cantor bilíngue (surdos e ouvintes).Difundindo a cultura surda artisticamente dando o mesmo peso para a LIBRAS (língua brasileira de sinais) e o português. CODA (Children Of Deaf Adults) ou filho ouvinte de pais surdos. David Lima participou ativamente da cena musical do estado, mas ficou conhecido por integrar umas das maiores bandas de reggae do Brasil: a Donaleda.Na banda, durante oito anos, teve a oportunidade de gravar discos profissionalmente e firmar parcerias com artistas renomados mundialmente, além de gravar um DVD no maior festival de reggae do mundo, o Rototom Sunsplash (2016), realizado em Benicassim, Espanha.Em 2018, decide seguir em carreira solo, adotando o codinome de Assun (em alusão a música “Assun Preto”) de Luiz Gonzaga. David é CODA (children of deaf adults) que significa ser filho ouvinte de pais surdos. Desde tenra idade é um ser bilíngue e bicultural, pois pertence a cultura surda e a cultura ouvinte. Há pouco mais de dois anos trabalha como professor de crianças surdas pela prefeitura municipal de Fortaleza, vivência essa que foi decisiva na sua escolha em seguir carreira solo como o primeiro cantor bilíngue do Brasil. Seu objetivo é tornar o seus shows e videoclipes cada vez mais voltados para a comunidade surda, utilizando elementos como intérprete de libras, lyric vídeos e se utilizando da língua brasileira de sinais como forma de aproximação entre a cultura surda e a cultura ouvinte. Atualmente, Assun está na produção do seu primeiro disco e do primeiro videoclipe bilíngue do Brasil que contará com vários membros da comunidade surda, dando protagonismo aos mesmos.
MÁ DAME – vem dos movimentos de Saraus, de Fortal. Má Dame se lança através dos versos no Rap e na poesia, onde se cria e se constrói. Com letras precisas e flow sagaz, lança em 2020 seu primeiro EP, No Fio da Navalha, composto por cinco faixas com beats do DJ Mad e produção Gain Lab Studios. O EP soa como um retrato antiguerra que expõe as fissuras e desassossegos de muitas comunidades e favelas brasileiras. Atualmente, Má Dame segue entre ruas e palcos produzindo e se firmando cada vez mais como mais uma voz de soma necessária para a cena do Hip Hop brasileiro
NEGO GALLO – é um rapper, cantor e compositor brasileiro. Considerado um dos nomes mais importantes da história do rap nordestino e do Brasil. Em 2007, fez história ao lado do Costa a Costa, quando lançaram a mixtape Sexo, Drogas e Violência, propondo uma nova linguagem dentro de uma cena musical que passava por uma crise de identidade, e iniciando, assim, o caminho de descentralização do eixo Rio/São Paulo no rap. Nego Gallo já se apresentou em festivais de músicas de Fortaleza, como o Maloca Dragão, Ode ao Mar Atlântico e Férias na P.I. O trabalho do rapper foi considerado pela Red Bull como um dos 50 melhores álbuns em 2019.
RAUL AGRELA – poeta, professor da rede pública e privada de Fortaleza. Possui mestrado em História Social pela Universidade Federal do Ceará (2019). Tem experiência na área de História, com ênfase em História Social. Realizou a tradução dos 41 poemas do historiador inglês Edward Palmer Thompson durante o Mestrado.
RICARDO GUILHERME – ator, dramaturgo, diretor teatral, contista, cronista, poeta, jornalista e professor universitário. Com 52 anos de carreira, foi um dos criadores do Curso Superior de Artes Cênicas da Universidade Federal do Ceará. Possui mais de 100 espetáculos em temporadas e apresentações no Brasil, na Europa, África e países das Américas, tendo ganhado, entre outros prêmios, o de dramaturgia da Unesco, em 1987. Diretor do Centro de Pesquisa em Teatro (Fortaleza/CE) e formulador da teoria e método Teatro Radical Brasileiro (1988), Ricardo também é especialista em Comunicação Social e Arte-Educação. Foi um dos integrantes do grupo fundador da Televisão Educativa do Ceará (hoje TVC) e da Rádio Universitária da UFC.
RICARDO KELMER – escritor, roteirista, letrista musical e produtor cultural. É autor, entre outros livros, de Viajando na Maionese Astral (memórias exóticas), Pensão das Crônicas Dadivosas (crônicas), O Irresistível Charme da Insanidade (romance) e Guia de Sobrevivência para o Fim dos Tempos (contos). De 2012 a 2016, apresentou-se, com o parceiro Felipe Breier, em várias cidades brasileiras e em Portugal com o espetáculo Vinicius Show de Moraes, de sua autoria. Organizou, em 2016, o livro Para Belchior com Amor, reunindo diversos autores cearenses que escreveram contos, crônicas e cartas inspirados em canções de Belchior. Coordena projetos de inserção da Literatura nos espaços da cidade, como o Flor de Resistência, que promove a produção artística local por meio da distribuição de livros para a população que habita ou trabalha nas ruas.
THIAGO ARRAIS – Encenador teatral. Doutorando em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra, Portugal. Diretor do Coletivo SOUL, ator e diretor de teatro e de cinema, crítico de arte e professor do curso de Licenciatura em Teatro do IFCE. Foi assistente de direção de grandes nomes do teatro brasileiro, como José Celso Martinez Correia, Antonio Abujamra e Aderbal Freire-Filho. Foi, recentemente, selecionado para apresentar conferência no “Coloque International Pratique du Théâtre Pendant et Aprés las Dictatures dans le Cône Sud”, organizado pelas universidades de Sorbonne Nouvelle, Paris III e Universidade de Lyon, França. Dirigiu o docfic “Desmortais do Inominável”, rodado com o elenco do Coletivo Soul e em parceria com a Baião de Dois Filmes, contemplado pelo Itaú Rumos Cultural, atualmente em fase de pós-produção. Com a sede do seu Coletivo Soul (projeto premiado pela Secult-CE), abrigou, em Fortaleza, uma múltipla programação artística, voltada para a interseção de teatro, música, cinema e galeria de artes visuais.
SERVIÇO: 3ª Ocupação Parque Dragão
Data: 24 de setembro (sábado)
Horário: 18h
Local: Espaço Rogaciano Leite Filho, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema)
Acesso gratuito e livre. Acessível em Libras
BLOCO I – 18h às 18h55
Ricardo Guilherme
Ricardo Kelmer
Diego Landim
Raul Agrela (Esposo Carlos Emílio)
Tiago Arrais
BLOCO II – 18h55 às 19h50
Amyla Vidal
Chris Rodrigues
Carlos Gallo
Má Dame
Samuel em Transe
BLOCO III – 19h50 às 21h
Show Assum