O que dizem os analistas sobre indicação de Limp para o comando da Eletrobras
Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com – Apesar de ser um nome de fora da lista da assessoria contratada para a escolha da presidência, a indicação de Rodrigo Limp, atual secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, para o comando da Eletrobras (SA:ELET3) foi bem vista por analistas, que destacaram a postura pró-privatização do executivo e a experiência política como pontos fortes para a nova gestão.
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Limp, que também é ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), substituirá Elvira Presta, que assumiu interinamente neste mês o comando da maior elétrica da América Latina após a saída de Wilson Ferreira Júnior.
A Eletrobras admitiu em comunicado que Limp foi indicado pelo governo, não sendo selecionado pela assessoria Korn&Ferry, contratada pela companhia para assessorar o processo de escolha de um novo CEO.
Perto das 15h50, os papéis ordinários e preferenciais B da Eletrobras subiam 5,95%, a R$ 34,20, e 4,46%, R$ 34,83.
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Veja o que dizem as principais casas de investimento do país sobre a escolha:
BTG
O BTG Pactual (SA:BPAC11) deu as boas-vindas a Limp, destacando que ele trabalha “fortemente a favor” da privatização da Eletrobras desde que se juntou ao governo e que é um nome muito técnico, apesar de não ter experiência em cargos de gestão corporativa.
Para os analistas, o foco agora é aprovar a desestatização, o que pode ser ajudado por alguém que conhece bem os detalhes regulatórios das discussões e que saiba navegar pela arena política – “o que Limp sabe fazer muito bem”.
Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 63.
XP
Para a XP Investimentos, a nomeação de Limp atende a critérios técnicos, tendo em vista a sua trajetória profissional com ampla experiência no setor elétrico, especialmente no que diz respeito à regulação.
Eles não têm cobertura das ações da Eletrobras.
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Ativa
Já a Ativa Investimentos escreveu que a postura do executivo “exacerba rusgas entre suas diretrizes e as formas de pensar das opções selecionadas pela consultoria especializada”.
Apesar de considerarem o evento extremamente negativo do ponto de vista da governança da empresa, os analistas apontam que o fato do novo CEO ter postura pró-privatização e boa circulação política pode mitigar os efeitos negativos provenientes da escolha sumária por parte do Executivo.
Goldman
O Goldman Sachs, por sua vez, tem visão otimista com a indicação de Limp, que já teve posições relevantes em agências reguladoras, e cuja atuação como consultor Legislativo da Câmara deve facilitar a comunicação entre o governo, o Congresso e a Eletrobras.
Eles mantiveram a recomendação de Compra para os papéis ordinários e preferenciais B, com preço-alvo de R$ 47 e R$ 52, respectivamente.
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Mirae Asset
Para a Mirae Asset, a notícia foi positiva, pois se trata de um técnico do setor, que deverá ajudar muito a Eletrobras.
Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 44.