Nasce a Confraria Sancristovense de História e Memória
Em 30 de julho de 2021, liderado pelo acadêmico, historiador e professor Adailton Andrade, foi instalada a Confraria Sancristovense, estruturada num formato de Associação Cultural com finalidades bem definidas, de melhor instrumentalizar o estudo, a pesquisa, a seleção, o tratamento e a socialização do secular acervo de história e memória, fonte insubstituível de saber, que foi a nós legado pelas gerações passadas. Em 30 de julho de 2021, liderado pelo acadêmico, historiador e professor Adailton Andrade, foi instalada a Confraria Sancristovense, estruturada num formato de Associação Cultural com finalidades bem definidas, de melhor instrumentalizar o estudo, a pesquisa, a seleção, o tratamento e a socialização do secular acervo de história e memória, fonte insubstituível de saber, que foi a nós legado pelas gerações passadas. A iniciativa não poderia ter surgido num melhor momento, justo agora no transcurso do quarto aniversário da Academia Sancristovense de Letras e Artes, quando passados 431 anos da fundação de São Cristóvão, se comemora 200 anos de emancipação política do Estado de Sergipe e os 314 anos da construção da Praça São Francisco, 11 anos de sua chancela como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco.“Nesse contexto, cheio de representatividade e simbolismo, nasceu, a Confraria Sancristovense de História e Memória. Ela será o Norte, a régua e o compasso para ir buscar estas informações que hoje estão dispersas, esquecidas nas bibliotecas, sepultadas nos porões dos arquivos mortos, das Igrejas e dos Museus, verdadeiros cemitérios de livros, documentos.” É mister buscar histórias e memórias, organizar e socializar este conhecimento às gerações presentes e futuras, diretamente nas escolas, terreno próprio e fértil para semear saber e conhecimento, revertendo a tendência de serem consumidas, aos poucos, pelos vermes do tempo e da nossa apatia com as nossas raízes. Identidade da Confraria tem como base: o preto, o roxo e o vermelho. O preto, predominante nas vestes dos confrades, representa a seriedade e a pompa que identifica o membro da Instituição. O roxo ou púrpura da bandeira tem sua origem na história antiga. Era a cor usada pelos magistrados romanos, pelos governantes do Império Bizantino, do Sacro Império Romano e, mais tarde, usada pelos bispos da Igreja Católica. Para a Confraria, o roxo remete a uma tradição de devoção e fé, a cor usada pelo Senhor dos Passos e por Nossa Senhora das Dores. Para os confrades, no entanto, não representa o sofrimento, mas a alegria da persignação. A cor vermelha estampada na fênix, ave símbolo do brasão da cidade de São Cristóvão e que, segundo a mitologia grega, quando morria, entrava em autocombustão e, passado algum tempo, ressurgia das próprias cinzas e se transformava numa ave de fogo, em São Cristóvão, representa a longevidade da cidade que soube se transformar e superar conjunturas.
O EVENTO
O Presidente da Academia Sergipana de Letras, Dr. José Anderson Nascimento abriu a solenidade de instalação da ConfrariaSancristovense de História e Memória e posse do presidente, Adailton dos Santos Andrade, eleito por aclamação. O evento foi organizado pelo Cerimonial do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe e contou com antológico discurso do acadêmico Domingos Pascoal de Melo na apresentação da Confraria.Com pompa e aplausos foram consagrados os 13 confrades fundadores: Adailton dos Santos Andrade, Luiz Carlos Freire França, José Mateus Santos Oliveira, Kaique Alex Santos de Andrade, Fábio André Santos da Silva, Maurício Barros Santos, José Valmir dos Passos, Alexnaldo dos Santos Neres, Diego Prado Souza dos Santos, Manoel Ferreira Santos Filho, Sayonara Rodrigues Viana, Dr. Carlos Pinna de Assis, Des. Edson Ulisses de Melo na presença de membros honorários, beneméritos e correspondentes, vindos de vários estados do Brasil.Em seguida deu-se a entrada triunfal das bandeiras, conduzidas pelos Cavaleiros da Ordem DeMolay e a execução do Hino Nacional Brasileiro. Dom Celso Dias Neves, Grão Mestre da OTH – Ordem Templária Humanitária, consagrou como Grão Prior Adailton dos Santos Andrade como Presidente da Confraria para o biênio 2021/2022.O confrade Luiz Carlos Freire França, vice-presidente da Confraria Sancristovense de História e Memória recebeu a comenda Tiradentes das mãos do senhor Paulo Neves Pereira da Confraria Cultural Cearense, representando a Confederação de Ciência, Letras e Artes do Brasil – Conclab por delegação do Presidente Alexander Comnène D’Orléans Bourbon.
OS CORRESPONDENTES Ceará, Paulo Roberto Neves Pereira e Joana Darc da Silva; Brasília, Celso Dias Neves; Paraíba, Miranez Matias Do Vale; Espírito Santo, Dr. José Rogerio Mendes Glória; Embaixadora Aline Kelly; São Paulo, Alexander Comnène D’Orléans Bourbon; Rio Grande do Sul, Katia Marcone.
MEMBROS HONORÁRIOS E BENEMÉRITOS
Acadêmico Domingos Pascoal; Acadêmico Dr. José Anderson do Nascimento; Senhora Magna Barros; Senhora Paola Santana; João Luiz Silva Oliveira Neto (DeMolay) e José Victor Aragão (APJ); José Rogério Mendes Glória, presidente pro tempore da WPO; Embaixador Celso Dias Neves, membro do Parlamento Mundial de Segurança e Paz – Órgão Internacional criado na Eco 92 – RJ
AGRADECIMENTOS
Paola Santana, Presidente da Fundação João Bebe Água; Marcos Santana, Prefeito Municipal de São Cristóvão; Diego Prado Presidente da Câmara Municipal; Magna Barroso, diretora geral do Museu de Arte Sacra; Maria Rita e Vera Santos, ambas Presidente e Vice da Academia Sancristovense de Letras e Artes; Coronel Dílson Ferraz, diretor do Museu da Polícia; Rosangela dos Santos, Museu histórico; A irmandade DeMolay Sergipe Del Rey; Dyego Carlos Souza Anacleto de Araújo, Grão Mestre Estadual; Luis Felipe Morato; RR Conect; Maurício Barros; Equipe do Museu de Arte Sacra;Encerrada a solenidade, o cortejo dos confrades seguiu para o pavimento térreo do Museu de Arte Sacra, local em que os Confrades receberam os cumprimentos e recepcionaram os seus convidados com um coquetel.
HISTÓRIA
A história de São Cristóvão remonta ao século XVI, precisamente ao ano de 1590, quando, por aqui, aportou o militar português Cristóvão de Barros, filho de Antônio Cardoso de Barros, aquele que foi devorado pelos índios caetés, num banquete canibal, assim como o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, no dia 16 de junho de 1556, na foz do rio Coruripe, em Alagoas. No século XVII, com a chegada dos padres jesuítas, começaram a ser instaladas as irmandades e as ordens nos moldes das organizações religiosas da Europa. Essas ordens e irmandades subordinavam-se institucional e espiritualmente a uma ordem religiosa e estavam sediadas em São Cristóvão, eram as veneráveis ordens terceiras e as irmandades: 1. Irmandade do Santíssimo Sacramento, 2. Irmandade dos Homens Pretos do Rosário, 3. Irmandade dos Homens Pardos do Amparo, 4. Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo e 5. Ordem Terceira de São Francisco de Assis Em 1590 São Cristóvão recebeu toda a orientação espanhola em sua construção e é o único exemplar desse período com esta arquitetura, pois em curso a União Ibérica de 1580 a 1640, uma união dinástica que juntava as duas coroas: Portugal e Espanha, sob o reinado de Felipe II, que passou a ser também rei de Portugal, até a restauração portuguesa em 1640 ao tempo de seus sucessores. Esse período de 60 anos na história brasileira é denominado de Brasil Filipino, uma referência aos reis Felipe de Espanha e gerou consequências como a invasão holandesa, já que a Holanda (República dos 7 Países Baixos) travava sua luta de independência da Espanha desde 1568 perdurando por 80 anos, até 1648. A União Ibérica contrariou os interesses comerciais neerlandeses com o domínio dos portos da colônia portuguesa pelos espanhóis resultando na presença holandesa no Nordeste do Brasil por seis lustros, três décadas, desde 1624/1625 na Bahia e 1630/1654 em Pernambuco e região, finalizando com a entrega e saída do Siara em 1655.Os holandeses também conquistaram Sergipe quando expandiram seus domínios desde o Maranhão, englobando 9 capitanias. São Cristóvão será então entre 1636 e 1637 o ponto máximo da expansão da Nova Holanda e em verdade souberam preservar o patrimônio histórico além de edificar a Igreja Matriz de São Cristóvão. A peculiaridade que temos em São Cristóvão, que é considerada a cidade mãe de Sergipe, é a beleza e plasticidade da sua arquitetura secular que se diferencia dos demais exemplares exclusivamente portugueses no Brasil, ao ponto de ser considerado o que se vê em São Cristóvão como o barroco nordestino. Em São Cristóvão, a Praça São Francisco ostenta o reconhecimento de Patrimônio Cultural da Humanidade. A cidade é muito rica em patrimônios dessa natureza. Um verdadeiro memorial a céu aberto.
INTEGRAÇÃO
A integração cultural São Cristóvão e Fortaleza, Sergipe e Ceará, revela um dinamismo de seus movimentos culturais. A Confraria Cultural Cearense, a partir do Centro Cultural Cascatinha de Maranguape desde 1983, evoluiu na última década com sinergia da ação de sodalícios como a Almece – Academia de Letras Municipais do Ceará, A Acla Capistrano de Abreu – Academia de Ciências Letras e Artes de Columinjuba em Maranguape, A UBT – União Brasileira de Trovadores através da seccional Maranguape e da seccional Maracanaú, A Aljug – Academia de Letras Juvenal Galeno em Fortaleza; respectivamente liderados por Nicodemos Napoleão (sucedendo Lima Freitas), Pedro Abreu (sucedendo Elio de Abreu Braga), Moreira Lopes, Francisco Moura e Linda Lemos.Potencializada pelos Conselheiros Eurípedes Junior do Instituto do Ceará, Grecianny Cordeiro da Academia Cearense de Letras e Socorro Cavalcanti da Alace – Academia de Letras e Artes do Ceará nossa confraria lidera e projeta uma atuação regional através do movimento de Correspondentes do Nordeste (gênese da Aneji) cuja ação pioneira foi a participação no magno evento de Sergipe na instalação da Confraria Sancristovense. São Cristóvão resgatando 431 anos de história desde 1590 (a quarta cidade mais antiga do Brasil) e Fortaleza ainda buscando reafirmar a verdade histórica da estruturante presença holandesa no ciclo da prata (1649/1654), com a tradução e estudo de 32 novas cartas de Matias Beck. Confrarias eternizando culturas!!!Editor
Paulo Neves Pereira – Correspondente do Ceará