Museu de Arte Contemporânea do Ceará abre inscrições para curso gratuito em curadoria de arte
O Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), em parceria com o Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará (ICA/UFC), está com inscrições abertas para o curso gratuito “De-Curadoria – Ceará”, que realizará, entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, seminários on-line ministrados pelos pesquisadores Isadora Ravena, Guilherme Marcondes, Thiago Florêncio, Suzenalson Kanindé e Clarissa Diniz, contando ainda com a participação de artistas convidados, além de processos de residência e elaboração de projetos. Em sua segunda edição, o curso será realizado no modo híbrido, com aulas virtuais e residência presencial. As inscrições podem ser feitas até 23 de outubro de 2022 pelo site do Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br) ou diretamente pelo link bit.ly/
De acordo com a gerente do MAC-CE, Cecília Bedê, o curso surge como um projeto de inserção no debate nacional sobre as consequências dos processos coloniais nas artes. “Ao colocar no centro das problemáticas curatoriais o questionamento sobre o que pode uma curadoria diante de um sistema cuja lógica de funcionamento é eurocêntrica e colonial, com narrativas de mão única e histórias universalizantes, o curso reverbera a urgência do pensamento decolonial e visibiliza algumas experiências que agenciam processos ético-políticos de decolonização, histórico-sociais de descolonização e reparação histórica dentro do mundo da arte”, afirma a gestora.
O curso é composto por 5 módulos com temas importantes para o pensamento sobre arte e sociedade nos dias atuais e terá espaço para a participação de artistas convidados (as/es) por cada módulo. O curso aborda questões sobre curadorias, projetos/pesquisas e suas relações com as práticas e percursos artísticos que apresentam. Pensa o diálogo entre curadores, pesquisadores e artistas, trazendo os temas de trabalho, as exposições ou projetos organizados por cada professor (a/e) e artistas participantes, importantes para as questões eleitas.
Ainda segundo Bedê: “as etapas do curso tentam contemplar problemáticas das artes contemporâneas que deem visibilidade às questões que envolvem o papel do museu, o lugar do curador em suas práticas, escolhas e definições, tendo como sua própria justificativa tratar das artes e do seu papel frente aos mundos ameríndios, afro-brasileiro, do feminismo e das pessoas cuja designação queer abrange a não correspondências à heteronormatividade, seja em relação à identidade de gênero ou à orientação sexual. Trata-se, portanto, de fazer ver no trabalho curatorial seus mais amplos sentidos”.
2. Museus e decolonialidade
Prof. Guilherme Marcondes
De 07 a 11 de novembro, de segunda a sexta, das 19h às 21h
3. Contra-arquivos-coloniais-
4. Por uma História Indígena: Museus e Memória indígena no Ceará
Prof. Suzenalson Kanindé
Dias 21, 24, 25 e 28 de novembro e 1º de dezembro (segundas, quintas e sexta, das 19h às 21h)
5. Curadoria – Alguns problemas e desafios – Profa. Clarissa Diniz.
Dias 14, 19 e 20 de dezembro (quarta, segunda e terça, das 19h às 22h)
RESIDÊNCIAS
PROFESSORES
Curadora, escritora e professora em arte. Graduada em artes pela UFPE, mestre em história da arte pela UERJ e doutoranda em antropologia pela UFRJ, foi editora da revista Tatuí (revistatatui.com.br). Além de alguns livros publicados, tem textos incluídos revistas e coletâneas sobre arte e crítica de arte, a exemplo de Criação e Crítica – Seminários Internacionais Museu da Vale (2009); Artes Visuais – coleção ensaios brasileiros contemporâneos (Funarte, 2017); Arte, censura, liberdade (Cobogó, 2018); Amérique Latine: arts et combats (Artpress, março 2020). Desenvolve curadorias desde 2008 e, entre 2013 e 2018, atuou no Museu de Arte do Rio – MAR, onde realizou projetos como Do Valongo à Favela: imaginário e periferia (cocuradoria com Rafael Cardoso, 2014); Pernambuco Experimental (2014) e Dja Guata Porã – Rio de Janeiro Indígena (cocuradoria com Sandra Benites, Pablo Lafuente e José Ribamar Bessa, 2017). Em 2019, organizou a mostra À Nordeste (cocuradoria com Bitu Cassundé e Marcelo Campos. Sesc 24 de Maio, São Paulo) e integrou o Curso de Formação e Deformação da EAV, processo anticoncluído com a exposição Estopim e Segredo.
Suzenalson Kanindé
Indígena do Povo Kanindé do Estado do Ceará, nordeste do Brasil. Mestre em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB. Doutorando em História pela Universidade Federal do Ceará. Coordenador do Ponto de Cultura e Memória: Museu Indígena Kanindé. Membro articulador da Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Brasil. Representante da Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Comitê Gestor de Políticas Culturais Indígenas no Ceará (Secult-CE).