Museu de Arte Contemporânea do Ceará abre inscrições para curso gratuito em curadoria de arte

As inscrições para o curso, que contará com aulas on-line e residência presencial em Fortaleza e Região Metropolitana e no Cariri, podem ser feitas no site do Dragão do Mar, até 23 de outubro de 2022.

    O Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), em parceria com o Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará (ICA/UFC), está com inscrições abertas para o curso gratuito “De-Curadoria – Ceará”, que realizará, entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, seminários on-line ministrados pelos pesquisadores Isadora Ravena, Guilherme Marcondes, Thiago Florêncio, Suzenalson Kanindé e Clarissa Diniz, contando ainda com a participação de artistas convidados, além de processos de residência e elaboração de projetos. Em sua segunda edição, o curso será realizado no modo híbrido, com aulas virtuais e residência presencial. As inscrições podem ser feitas até 23 de outubro de 2022 pelo site do Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br) ou diretamente pelo link bit.ly/cursodecuradoriaceara. São disponibilizadas 50 vagas, sendo 25 delas para residentes em Fortaleza e Região Metropolitana e as outras 25 para residentes do Cariri. Os alunos com participação mínima de 70% nas atividades receberão certificado de curso de extensão da UFC.

     De acordo com a gerente do MAC-CE, Cecília Bedê, o curso surge como um projeto de inserção no debate nacional sobre as consequências dos processos coloniais nas artes. “Ao colocar no centro das problemáticas curatoriais o questionamento sobre o que pode uma curadoria diante de um sistema cuja lógica de funcionamento é eurocêntrica e colonial, com narrativas de mão única e histórias universalizantes, o curso reverbera a urgência do pensamento decolonial e visibiliza algumas experiências que agenciam processos ético-políticos de decolonização, histórico-sociais de descolonização e reparação histórica dentro do mundo da arte”, afirma a gestora. 

     O curso é composto por 5 módulos com temas importantes para o pensamento sobre arte e sociedade nos dias atuais e terá espaço para a participação de artistas convidados (as/es) por cada módulo. O curso aborda questões sobre curadorias, projetos/pesquisas e suas relações com as práticas e percursos artísticos que apresentam. Pensa o diálogo entre curadores, pesquisadores e artistas, trazendo os temas de trabalho, as exposições ou projetos organizados por cada professor (a/e) e artistas participantes, importantes para as questões eleitas.

     Ainda segundo Bedê: “as etapas do curso tentam contemplar problemáticas das artes contemporâneas que deem visibilidade às questões que envolvem o papel do museu, o lugar do curador em suas práticas, escolhas e definições, tendo como sua própria justificativa tratar das artes e do seu papel frente aos mundos ameríndios, afro-brasileiro, do feminismo e das pessoas cuja designação queer abrange a não correspondências à heteronormatividade, seja em relação à identidade de gênero ou à orientação sexual. Trata-se, portanto, de fazer ver no trabalho curatorial seus mais amplos sentidos”. 

FORMATO
 
O curso é composto por dois ciclos: Ciclo Região do Cariri e Ciclo Fortaleza e Região Metropolitana. Cada ciclo terá formato presencial e virtual de acordo com cada etapa.
 
ETAPAS
 
Seminários on-line – Aulas virtuais com curadores, críticos, artistas, professores, e etc., que atuam ou atuaram com projetos em artes, com a ideia de decolonialidade. São professores de dentro e de fora do estado do Ceará. Carga horária: 40h no total (4 semanas – 10h cada – 2h por dia) – nessa etapa se reúnem alunos dos dois ciclos.
 
Residências – Encontros presenciais, onde os alunos poderão desenvolver pesquisas em coleções diversas, espaços alternativos, ateliês, comunidades, museus etc, contando com orientação. Artistas e mestres da cultura serão convidados a colaborar com os processos de residência curatorial. Carga horária: 32h no total (4 grupos – 8h cada). Os grupos terão 2 orientadores locais e a equipe pedagógica (no modo virtual), para ajudar nos trabalhos de pesquisa.
 
Projetos – Serão realizados projetos finais que podem ser de exposições, publicações, textos críticos e acadêmicos, etc.. Ao final, pode-se ter 4 projetos finais (1 por grupo) ou 1 projeto geral (de toda a turma). Os projetos também serão orientados por professores e equipe pedagógica. Carga horária: 100h no total (4 grupos – 20h cada).
CRONOGRAMA
INSCRIÇÕES
03 a 23 de outubro de 2022
RESULTADO DA SELEÇÃO
27 de outubro de 2022
 
ETAPA 1 
Seminários on-line: novembro e dezembro de 2022
50h no total (5 semanas – 10h cada – 2h por dia)
ETAPA 2
Residências: janeiro de 2023
32h no total (4 grupos – 8h cada)
* Cronograma detalhado a ser planejado entre grupos e orientadores.
ETAPA 3
Projetos: fevereiro de 2023
100h no total (4 grupos – 20h cada)
* Cronograma detalhado a ser planejado entre grupos e orientadores.
SEMINÁRIOS ON-LINE
 
1. Curadoria Tráfico-Trava
Profa. Isadora Ravena
Dias 01, 03, 04 e 05 de novembro (terça, quinta e sexta, das 19h às 21h, e sábado, das 14h às 18h)
* dia 2 não haverá aula em virtude do feriado de Dia de Finados
* dia 5  (sábado) – aula ampliada

2. Museus e decolonialidade
Prof. Guilherme Marcondes
De 07 a 11 de novembro, de segunda a sexta, das 19h às 21h

3. Contra-arquivos-coloniais-arquivos-contra-coloniais

Prof. Thiago Florêncio
Dias 14, 17, 18 e 19 de novembro (segunda, quinta e sexta, das 19h às 21h, e sábado, das 17h às 21h)

* 15 de novembro não haverá aula em virtude do feriado da Proclamação da República

4. Por uma História Indígena: Museus e Memória indígena no Ceará
Prof. Suzenalson Kanindé
Dias 21, 24, 25 e 28 de novembro e 1º de dezembro (segundas, quintas e sexta, das 19h às 21h)

5. Curadoria – Alguns problemas e desafios –  Profa. Clarissa Diniz.
Dias 14, 19 e 20 de dezembro (quarta, segunda e terça, das 19h às 22h)

RESIDÊNCIAS

Espaços/acervos/coletivos – para a realização das pesquisas.
FORTALEZA E REGIÃO METROPOLITANA
 
 
REGIÃO DO CARIRI
 

PROFESSORES

Clarissa Diniz

Curadora, escritora e professora em arte. Graduada em artes pela UFPE, mestre em história da arte pela UERJ e doutoranda em antropologia pela UFRJ, foi editora da revista Tatuí (revistatatui.com.br). Além de alguns livros publicados, tem textos incluídos revistas e coletâneas sobre arte e crítica de arte, a exemplo de Criação e Crítica – Seminários Internacionais Museu da Vale (2009); Artes Visuais – coleção ensaios brasileiros contemporâneos (Funarte, 2017); Arte, censura, liberdade (Cobogó, 2018); Amérique Latine: arts et combats (Artpress, março 2020). Desenvolve curadorias desde 2008 e, entre 2013 e 2018, atuou no Museu de Arte do Rio – MAR, onde realizou projetos como Do Valongo à Favela: imaginário e periferia (cocuradoria com Rafael Cardoso, 2014); Pernambuco Experimental (2014) e Dja Guata Porã – Rio de Janeiro Indígena (cocuradoria com Sandra Benites, Pablo Lafuente e José Ribamar Bessa, 2017). Em 2019, organizou a mostra À Nordeste (cocuradoria com Bitu Cassundé e Marcelo Campos. Sesc 24 de Maio, São Paulo) e integrou o Curso de Formação e Deformação da EAV, processo anticoncluído com a exposição Estopim e Segredo.

Guilherme Marcondes
 
Pós-doutor (PNPD/CAPES) no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (PPGS/UECE). Doutor e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ). Graduado em Ciências Sociais (bacharelado e licenciatura) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Suas pesquisas cruzam a sociologia da arte com a sociologia das relações étnico-raciais.
Isadora Ravena
 
Travesti, artista, professora, curadora e crítica. Doutoranda em Artes da Cena pela Universidade do Estado de Santa Catarina, Mestra em Artes e Graduada em Teatro pela Universidade Federal do Ceará. Investiga travecametodologias de criação e recepção estética para a arte contemporânea. Ama a vida, namora a morte. 

Suzenalson Kanindé

Indígena do Povo Kanindé do Estado do Ceará, nordeste do Brasil. Mestre em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB. Doutorando em História pela Universidade Federal do Ceará. Coordenador do Ponto de Cultura e Memória: Museu Indígena Kanindé. Membro articulador da Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Brasil. Representante da Rede Indígena de Memória e Museologia Social no Comitê Gestor de Políticas Culturais Indígenas no Ceará (Secult-CE).

Thiago Florêncio
Professor adjunto de História Africana, Afro-Brasileira e Indígena na Graduação e no Mestrado Profissionalizante de História do Departamento de História Universidade Regional do Cariri (URCA). Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da URCA. Tem Bacharelado e Licenciatura em História (2003), Mestrado em História Social da Cultura (2007) e Doutorado em Literatura, Cultura e Contemporaneidade (2014) pela PUC-RIO. Pós-graduação Latu Sensu em História da África e do Negro no Brasil (2005) pela Universidade Cândido Mendes. É coordenador do Grupo de Pesquisa NEDESA (Núcleo de Estudos de Descolonização do Saber). Atua nas áreas de História, Cinema, Literatura e Performance e desenvolve atividades de pesquisa, ensino e extensão nos campos de descolonizações, identidades culturais, étnicas e raciais.
Serviço: Inscrições abertas para o curso De-Curadoria – Ceará, com Clarissa Diniz, Guilherme Marcondes, Isadora Ravena, Suzenalson Kanindé e Thiago Florêncio
Inscrições: até 23 de outubro de 2022
Local das inscrições: site do Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br) ou diretamente no link bit.ly/cursodecuradoriaceara
Período do curso:  entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023
Carga horária: 344 h/a de novembro 2022 a fevereiro de 2021
Resultado da Seleção: 28 de outubro de 2022
Vagas: 50 (Fortaleza: 25)  (Região do Cariri: 25)

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