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Mandioca no Cerrado: inovação que alimenta e gera renda

Foto: Fabiano Bastos

Josefino de Freitas FialhoEduardo Alano Vieira

Pesquisadores da Embrapa Cerrados

Presente no prato de milhões de brasileiros, seja como aipim, macaxeira, farinha ou polvilho, a mandioca é muito mais do que um alimento tradicional. Ela é uma cultura estratégica para a agricultura nacional, desempenhando um papel essencial na segurança alimentar, na geração de renda e no fortalecimento da agricultura familiar — especialmente no bioma Cerrado.

Em 2025, a Embrapa Cerrados completa 50 anos. Ao longo dessas cinco décadas, a Unidade tem sido protagonista no desenvolvimento de tecnologias que revolucionaram o cultivo da mandioca na região, ajudando a transformar a vida de milhares de agricultores e a garantir alimento na mesa de milhões de pessoas.

A mandioca pertence à espécie Manihot esculenta Crantz e se destaca por sua rusticidade, produtividade e capacidade de adaptação a diferentes condições ambientais. Das 98 espécies do gênero Manihot, é a única cultivada economicamente, capaz de armazenar até 50% da biomassa nas raízes, principalmente na forma de amido. Por conta de sua ampla variabilidade genética, é cultivada em diferentes solos e climas, ocupando hoje o posto de sétima cultura mais produzida no mundo — são quase 300 milhões de toneladas por ano.

Estima-se que cerca de 800 milhões de pessoas dependam da mandioca como principal fonte calórica, principalmente em países em desenvolvimento. No Brasil, a cultura está presente em todos os estados, com destaque para a agricultura familiar, que responde por mais de 85% da produção nacional. São cerca de 18 milhões de toneladas colhidas anualmente em 1,3 milhão de hectares.

O desafio de cultivar no Cerrado

Nos anos 1970, quando o Cerrado começou a ser explorado para a agricultura, surgiram desafios significativos: solos pobres em nutrientes, clima com verões secos e longos períodos de estiagem. A mandioca, por sua resistência e baixo custo de produção, mostrou-se uma excelente alternativa para os agricultores. No entanto, as variedades então disponíveis tinham baixa produtividade e eram vulneráveis a doenças como a bacteriose, além de estarem inseridas em sistemas pouco tecnificados.

Foi nesse cenário que a pesquisa da Embrapa Cerrados se destacou. Em parceria com outras instituições, a Unidade liderou um esforço contínuo de pesquisa e desenvolvimento, focado em adaptar e aprimorar o cultivo da mandioca no bioma. O resultado? Variedades mais produtivas, resistentes a pragas e doenças e adaptadas ao solo e ao clima do Cerrado.

Entre as cultivares de destaque selecionadas e recomendadas para a região estão as variedades de mesa resistentes à bacteriose, como a IAC 24-2 (Mantiqueira), IAC 352-6 e IAC 352-7 (Jaçanã), lançadas nos anos 1980 e 1990. Também se destacam as cultivares industriais IAC 12-829, IAC 7-127 (Iracema), Sonora, EAB-81 e EAB-653, todas com excelente desempenho em produtividade e resistência à bacteriose — principal doença da mandioca no Cerrado.

A cultivar IAC 12 (IAC 12-829), por exemplo, tornou-se amplamente adotada devido à sua alta produtividade, resistência a doenças e pragas, além do elevado teor de matéria seca. É hoje a principal fonte de matéria-prima para a produção de farinha e polvilho em diversas comunidades do Cerrado.

No mercado da mandioca de mesa, cultivares como Pioneira (IAPAR 19), BRS Moura, BRS Japonesa e Japonesinha (IAC 576-70) conquistaram os agricultores e consumidores do Distrito Federal e Entorno. Essas variedades, com raízes de polpa amarela ricas em betacaroteno, combinam alta produtividade, excelente qualidade culinária e forte apelo nutricional.

Recentemente, a Embrapa lançou seis novas cultivares de mesa adaptadas ao Cerrado, com raízes coloridas e alto valor nutricional: três com polpa amarela e alto teor de betacaroteno (BRS 396, BRS 397 e BRS 399), uma com raiz creme (BRS 398) e duas com raízes rosadas ricas em licopeno (BRS 400 e BRS 401). Essas foram as primeiras cultivares de mandiocas da Embrapa, desenvolvidas para as condições de Cerrado, protegidas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Também se destacam a BRS 429, de alta qualidade culinária, e as cultivares industriais BRS 417, BRS 418 e BRS 419, com raízes ricas em matéria seca, ideais para a produção de fécula e farinha. Já a BRS 438 tem raízes açucaradas, com potencial para fabricação de xaropes, cachaça e cervejas.

Além das cultivares, a Embrapa Cerrados tem investido em processos tecnológicos que impactam diretamente a produção e a sustentabilidade da cultura. Entre eles, estão a adubação e correção do solo, o uso da mandioca na alimentação animal, o manejo eficiente da irrigação, manejo de plantas daninhas, a cobertura plástica do solo no cultivo de mandioca de mesa e as tecnologias de conservação pós-colheita, fundamentais para manter a qualidade das raízes e garantir regularidade no fornecimento à indústria.

Uma conquista coletiva

Todo esse avanço só foi possível graças ao trabalho conjunto com parceiros como a Fundação Banco do Brasil (FBB), CNPq, Emater-DF, Emater-GO, Emater-MG, Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu) e, claro, os produtores rurais. Com apoio da assistência técnica e extensão rural, esses agricultores vêm adotando novas práticas e tecnologias que impulsionam a sustentabilidade e a competitividade da cadeia produtiva da mandioca no Cerrado.

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