Mais imposto e menos água

Mais imposto e menos água na produção leiteira. É essa a situação dos produtores de leite no Estado do Ceará. Enfrentando o problema de seca há mais de seis anos, os empresários do leite estão com “a corda no pescoço”, diante da atual situação. Alem de se preocupar com a falta de água (pasto para os animais), estão com esse gargalo que persegue há anos – Cobrança elevada de tributos. As tentativas de negociação junto ao governo do Estado não vêm dando resultado esperado. Os tributos cobrados aqui são os mais onerosos do Brasil. E o resultado é que eles estão “pagando” para produzir leite. O lamentável é que o Estado do Ceará já começa a perder a sua qualidade conquistada e ser um dos melhores Estados para produzir, situação adquirida com muito esforço, para ser um dos maiores produtores do país. Ainda é recente a conquista cearense de um estado destacado na produção de leite e de boa qualidade. Os pastos irrigados principalmente da região jaguaribana, vinham atraindo diversos investidores. E a excelente produção também atraia investidores do ramo de lacticínios que gerava renda, divisas para o estado e mais emprego inclusive fora da região metropolitana. Entretanto, passado esse longo período de chuvas abaixo da média, e, mesmo com os investimentos realizados pelos produtores, a situação nesse inicio de 2018 é grave. A preocupação com as chuvas é um dos maiores problemas, mesmo porque depende das condições naturais, no entanto, ações que podem ser resolvidas através de medidas do Governo estadual estão distantes dessas possibilidades. Faltam, nesse momento, políticas públicas para não deixar que um setor tão importante para a economia estadual não se perca definitivamente. Estados outros vizinhos ao nosso são rápidos para atrair mais investidores para as suas bases quando tomam conhecimento de desentendimento como esse. Vale ressaltar que no contexto nacional, o setor vem melhorando, inclusive dando mais margem de lucro para os produtores. O que não acontece no Ceará. O Ceará, historicamente, sempre se destacou no setor leiteiro da região graças ao empreendedorismo empresarial e, é verdade, de medidas adotadas por gestores anteriores. O estado dispõe de potenciais reservatórios e cultura de irrigação exemplar, que tornam-se positivamente competitivos para o negocio, em comparação com outros estados. Entretanto, o problema das poucas chuvas dos últimos anos e a solução de medidas que dependem do poder publico estadual anulam essa nossas características vocacional que não podemos jamais perder. As entidade classistas estão nessa peleja há tempo, considerando que o setor é de importância fundamental para a nossa economia e a base alimentar das famílias mais carentes.

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