Mães ensinam a cuidar do outro
Paiva Netto
Está chegando o Dia das Mães! Ora, as mulheres, em especial as mães, são reconhecidamente dignas de nossas maiores homenagens. Com elas, aprendemos a cuidar do outro com acurado esmero e sacrifício. O que ambicionamos nós senão pedir à humanidade mais Humanidade para com ela mesma? Desejamos ver raiar o dia em que, afinal, nos reconheçamos como Irmãos, componentes de uma única família, convivendo pacificamente nesta morada global.
Era o que sonhava a costureira Rosa Parks (1913-2005), ativista dos direitos civis dos afro-americanos. Essa destemida mulher, certa vez, declarou: “Eu acredito que estamos aqui, no planeta Terra, para viver, crescer e fazer o que nós podemos para que este seja um mundo melhor e para que todas as pessoas tenham liberdade”.
Costumo afirmar que a humildade é, acima de tudo, corajosa. E Rosa Parks tornou-se um ícone na luta pela igualdade racial e pelo fim do preconceito nos Estados Unidos. Seu gesto aparentemente pequeno — quando, em 1o de dezembro de 1955, se recusou a ceder lugar a um homem branco em um ônibus da cidade de Montgomery, Alabama — significou quebrar algemas da tirania do racismo. Àquela época, mesmo havendo divisão entre assentos para brancos e negros, estes eram obrigados a se levantar para os brancos, caso todos os lugares do veículo estivessem preenchidos.
Exemplos como esse só reforçam o que há décadas repito: Valorizar a mulher é dignificar o homem. E vice-versa.
Assim encerrei o documento que escrevi recentemente para a 58a sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, que ocorreu na ONU, em Nova York.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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