Jubileu de Prata da Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará

Histórico da primeira Arcádia literária do Ceará

• Perfil de seu Idealizador
• O Museu da Imagem e do Som e seus entrevistados
• José Augusto Bezerra, primeiro Presidente
• A Medalha Farias Brito e seu Patrono
• Livro conta sua origem
• Personalidades agraciadas com a Comenda • A frase latina distintiva da Academia
• A sucessão de seus presidentes
• A solenidade assinala 25 anos de existência
• Posse de novos acadêmicos
• Homenagem a uma Doutora em Letras Angela Gutiérrez, da Academia Cearense de Letras
• O reconhecimento do Presidente da AMLEC

Reportagem : Antônio Matos
Fotos: Jackson Nunes

A Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará abriu suas portas na noite de 19 do corrente para comemorar seu Jubileu de Prata, ensejo em que vasta programação foi levada a efeito. À entrada do Palácio Maçônico Francisco Dias da Rocha, grupos de jovens denominados de Demolays e Filhas de Jó, em seus trajes característicos, escoltavam carinhosamente os convidados. Fomos ter no andar superior do edifício, onde outros grupos de jovens da mesma ordem também recebiam os convidados.

Adentramos o majestoso Templo Nobre, onde feérica iluminação contrastava com o teto em forma de abóboda, destacando as suas simbologias maçônicas.

As confortáveis cadeiras completavam o cenário do salutar ambiente.

Acadêmica Angela Gutiérrezdurante sua fala em agradecimento pelo recebimento da Medalha Farias Brito

A Solenidade
Pontualmente às 19h 30, quando já se encontravam em seus respectivos lugares – no plano superior, em duas alas Acadêmicos envergando seus pelerines e os futuros membros da Academia Maçônica e na plateia os convidados. Foi quando a Doutora em Letras e Titular da Academia Cearense de Letras, Sra. Angela Rossi Gutiérrez, ladeada pelo Grão-Mestre Narciso Dorta Ernandes Filho e outras autoridades adentraram o recinto, acompanhados de jovens Demolays e Filhas de Jó. A Mesa ficou assim composta: Grão – Mestre Narciso Dorta Ernandes Filho, Presidente da Academia Maçônica de Letras Luiz Ronaldo Pereira Ribeiro, Vicente Alencar (Presidente da Academia Cearense de Retórica), José Augusto Bezerra (primeiro Presidente da Academia Maçônica de Letras) Antônio Palácio, do Soberano do Grau 33º, e o presidente da Apesce.

Uma comissão formada por cinco maçons, quatro empunhando espadas e um portando a Bandeira do Brasil, dirigiu-se ao interior do Templo, quando a Mestre de Cerimônias, Ivelise Maia, convidou a todos se posicionarem para a execução do Hino Nacional. Dando-se cumprimento à programação da solenidade, a Mestre de Cerimônias, teceu considerações sobre os princípios da Maçonaria.

O Orador Joseleido Bomfim fez uma retrospectiva sobre a criação da Academia Maçônica de Letras, destacando os nomes daqueles que constituíam o tripé da Arcádia – Zelito Magalhães, Francisco Cintra e Édson Rôla. O Acadêmico João Carlos em extensa peça histórica dissertou com bastante riqueza sobre a vida do filósofo conterrâneo Farias Brito, patrono da Medalha da Academia Maçônica de Letras.

A posse de novos acadêmicos
Em seguida, o Presidente da Academia Maçônica de Letras, Ronaldo Ribeiro, procedeu à entrega do Diploma de Acadêmico, carteira de Identidade e Pelerine a seis novos acadêmicos, alguns dos quais se fazendo acompanhar de seus familiares. Foram eles: Leandro Libardi Serafim-Cadeira Nº 4 (Patrono João Brígido dos Santos; Odival Francisco Batista de Lima-Cadeira N° 30 (Patrono Paulo Elpídio de Menezes; Olintho Franklin Gadelha-Cadeira Nº 38 (Patrono Germano Machado de Holanda) Haroldo Cesar Pereira Ribeiro-Cadeira Nº 41 (Patrono Ezequiel de Menezes) José Weidson de Oliveira-Cadeira Nº 42 (Patrono Pedro Wilson Rocha) Luiz Pereira Lemos-Cadeira Nº 43 (Patrono José Cláudio de Oliveira)
A seguir, o Quinteto de Metais da UFC, sob o comando do maestro Leandro Serafim, executou três belíssimos números musicais, que foram aplaudidos pelos presentes.

Entrega da Medalha
Dando prosseguimento à programação, o Grão-Mestre Narciso Dorta e o presidente da Academia Maçônica de Letras, Ronaldo Ribeiro se posicionaram à frente da Mesa para a outorga da Medalha Farias Brito.

Doutora Angela Gutiérrez ao lado do esposo, que será homenageada

Acadêmica Angela Rossi Gutiérrez
Após o ato de entrega, José Augusto Bezerra, como gestor da distinção, delineou sobre a vida da outorgada como Mestre das Letras, professora da UFC ex-presidente da Academia Cearense de Leras e escritora com várias literárias com repercussão até no exterior. Durante suas palavras de agradecimento, a homenageada demonstrou seu orgulho de ter sido a primeira mulher a ser honrada com a distinção da Academia Maçônica de Letras. Estendendo seu apreço a Farias Brito, trouxe a público alguns fatos sobre este, considerados desconhecidos por muitos dos presentes a esta solenidade literária.
A solenidade foi encerrada com os agradecimentos do Presidente Luiz Ronaldo Ribeiro, após a saída do Pavilhão Nacional com a sua guarnição.

O Presidente Luiz Ronaldo Pereira Ribeiro se houve com extrema felicidade e dimensão visionária ao identificar o nome da Profª Angela Gutiérrez para ser a destinatária da Comenda Maior da nossa AMLEC, o que prova a sua inteligência e o sentimento de justiça na valorização de tão digna personalidade do mundo da cultura, que muitas vezes passa despercebida, apesar da luminosidade solar que reflete no cenário acadêmico. Muitas foram as horas de trabalho do Presidente Ronaldo e de alguns outros irmãos (Regis Bonfim, Eduardo, Narciso Dorta, Quaglia, Gionave, Emídio e outros) para a consecução dos elevados objetivos da solenidade destinada ao festejo do Jubileu de Prata da nossa Arcádia; daí o sucesso, o irretocável e indubitável sucesso do evento…

Quando já fechávamos esta edição do Jornal do Comércio do Ceará, recebemos do nosso Diretor de Cultura, Zelito Magalhães, que transcrevemos ipsis litteris, nas palavras da homenageada da noite, Doutora Angela Gutiérrez:
“Os anfitriões da cerimônia no Palácio Maçônico – Grão Mestre da Loja Maçônica do Estado do Ceará, Luiz Ronaldo Pereira Ribeiro – acompanharam-nos em visita aos vários andares do Palácio. Tudo organizadíssimo, bonito e bem cuidado, inclusive excelente biblioteca com mesas e cadeiras para os leitores. Todo o prédio apresenta decoração baseada na história e em símbolos da Maçonaria.

Fiquei “amocionada” (como dizia a netinha Isabela, quando contava dois, três aninhos) com a delicadeza das homenagens que recebi da Academia Maçônica.

O Grão-Mestre do Ceará e o Presidente foram gentilíssimos não só comigo mas com Oswaldo e Oswaldo Neto.
Para minha entrada no Salão Nobre, fizeram tocar a canção Carinhoso, do Pixinguinha, que ouvi desde criança na voz afinada do Papai, acompanhada de seu violão. Depois, o Quinteto de Soprano da UFC tocou belamente a mesma música. Quando perguntei como souberam que eu tinha grande afeição a essa canção, o presidente disse sorrindo: Segredo da Maçonaria!
Foi lido o meu currículo, José Augusto Bezerra, que fundou a Academia há 25 anos, foi convidado a falar sobre mim e acho que exagerou nos elogios! Depois falei eu, não sobre mim, mas sobre Farias Brito e sobre alguns laços de amizade e de família com a Academia Maçônica e a própria Maçonaria do Ceará. Ah, eu desconfiava, mas não tinha certeza: Sou a primeira mulher a receber essa honraria da AMLEC. Enfim, uma noite alegre e emocionante. Recebi um lindo bouquet de rosas, delicadamente de suave cor.
P.S. Mando fotos e retirei a máscara para algumas fotos e para fazer o discurso.

Angela Gutiérrez ladeada pelo Grão-Mestre Narciso Dorta e o Presidente da Academia Maçônica Ronaldo Ribeiro no Salão de Balquetes

O idealizador da Arcádia
A Academia Maçônica de Letras foi idealizada pelo Mestre Maçom Zelito Nunes Magalhães, a quem passamos a palavra para a sua narração histórica.

Dia 18 de outubro do ano de 1996, como então Grande Bibliotecário, adentrei o Gabinete do Sereníssimo Grão-Mestre Nathaniel Carneiro Neto para pedir-lhe autorização no sentido de fundar uma entidade voltada à exploração das letras acadêmicas. Concedido o pedido, a primeira pessoa com quem falei sobre o assunto foi o irmão Francisco das Chagas.
Cintra Austregésilo, coordenador do Mosaico, órgão de divulgação da Grande Loja do Ceará, onde eu atuava como redator. Em seguida, dirigi-me ao Grande Secretário de Relações Interiores, João Édson Rôla e José Rodrigues, que já os conhecia como colaboradores da citada folha.

Outros nomes de maçons foram lembrados para comporem conosco a Arcádia.
Na manhã do dia seguinte (19) precisamente às 9 horas, no referido Gabinete do Grão-Mestre, com a presença de treze maçons, abrimos os trabalhos agradecendo a presença de todos. Informamos que a sessão objetivava apresentar-se a proposta de criação de uma Academia de Letras neste Oriente, a exemplo de outras que já existem nos Estados da Federação.
Concedida a palavra, diversos assuntos foram ventilados em torno do assunto, João Batista de Lima Ferreira sugeriu que fossem os presentes considerados fundadores, no que foi aparteado por Francisco Albery que disse ser muito cedo para se tratar de assunto tão delicado.
Francisco Luciano Coelho de Oliveira disse concordar plenamente com as palavras de João Batista, pois, em fundação de qualquer entidade consideram-se seus fundadores os participantes da primeira reunião.
“Por fim, foi marcado o dia oito de novembro para todos se reunirem, no Mesmo horário e local. Nada mais havendo a tratar, eu, José Rodrigues, Secretário ad hoc, lavrei a presente Ata. Fortaleza, 19 de outubro de 1.996.”

Treze irmãos assinaram o Livro de Presenças, pela ordem numérica:
01 – José Heraldo Moreira Parente, 02 Francisco Albery Nogueira Nunes, 03 Florisbello Villa-Nova, 04 José Pereira Barros, 05 João Batista de Lima Ferreira, 06 Milton Alves Danziato, 07 José Rodrigues, 08 Francisco das Chagas Cintra Austregésilo, 09 João Édson Rôla, 10 Gutemberg Liberato de Andrade, 11 José Walter Andrade Kasprzykowski. 12 Francisco Luciano Coelho de Oliveira e 13 Zelito Nunes Magalhães.

Livro conta sua história
Logo após a instalação da entidade literária, no dia 29 de janeiro de 1997, seu mentor Zelito Magalhães debruçou-se nos livros de atas e outros papéis pertinentes. No ano de 2014, seu histórico estava pronto em livro para ser editado, no total de 268 páginas.

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