Inteligência Artificial pode gerar onda de desemprego no setor de call center, alerta Associação Brasileira de Telesserviços
A elevação brusca da carga tributária no setor de serviços pode acelerar o processo de substituição de trabalhadores em atividades mais sujeitas à automação, levando a uma forte onda de demissões e desemprego. A avaliação é da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), que pleiteia ajustes no texto da reforma tributária, no momento aguardando apreciação do Senado. Segundo a entidade, a reforma atual tem gerado preocupação nas empresas de call center diante da dificuldade de repasse de impostos.
“Do ponto de vista competitivo, se a reforma não assegurar o crédito pleno na etapa seguinte, a cadeia dentro do setor de serviços que utiliza IA sofrerá muito menos do que aquela que utiliza mão de obra”, alerta John Anthony von Christian, diretor-executivo da ABT.
O setor de telesserviços é um dos maiores empregadores privados do país, com mais de 1,4 milhão de trabalhadores, especialmente jovens em seu primeiro emprego, mulheres e negros. É também um dos segmentos que mais tem promovido a inserção no mercado de trabalho de pessoas atendidas por programas sociais como Bolsa Família e Prouni. “A substituição do trabalho humano pela IA, caso acelerada, implicará ainda um grave ônus social, pois podemos esperar uma dependência maior dessas pessoas dos programas assistenciais, uma vez desempregadas”, complementa.
“Não somos contra a IA, com a observação das melhores práticas, visando ao interesse do consumidor e a manutenção e criação de empregos de qualidade. Interações humanas permanecem a forma mais eficiente, transparente e segura de atendimento”, finaliza o diretor-executivo da ABT.
Sobre a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT):
Representante de um dos setores que mais empregam no Brasil, com cerca de 1,4 milhão de trabalhadores, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), fundada em 1987, é pioneira em um mercado que impulsiona o crescimento do país. O segmento é um dos que mais contratam jovens, mulheres e negros, fomentando a diversidade em frentes distintas. Além de oferecer oportunidades de primeiro emprego, o setor apoia o crescimento profissional, por meio de convênios das organizações contratantes com instituições de Ensino Superior. A ABT reúne 19 empresas em 18 estados de todas as regiões do território nacional. Uma atividade que, com cada vez mais inovação e tecnologia, torna-se estratégica para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil.